Manifestantes cipriotas, incluindo muitos funcionários bancários, reuniram-se ao início da noite, em frente ao Parlamento, quando o país ainda negoceia os termos de um plano de resgate crucial para a sua economia.
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Cerca de 30 jovens com a cara coberta queimaram uma bandeira da União Europeia (UE) perto do Parlamento e em frente às barricadas da polícia. "A taxa é um roubo, a crise deveria ser resolvida por uma plutocracia", gritaram, segundo referiu um jornalista da agência noticiosa AFP no local.
O protesto foi convocado numa reação às informações que referiam a aplicação de uma taxa sobre os depósitos bancários até 15%, prevista no âmbito de um plano de resgate europeu que deve permitir aos bancos do país evitarem a falência.
Na terça-feira, o Parlamento tinha rejeitado um primeiro plano que previa uma taxa inédita até 9,9% sobre todos os depósitos, mas perante o fracasso de soluções alternativas os responsáveis governamentais anunciaram que o principio desta taxa permanecia atual.
Nesta sexta-feira, os deputados cipriotas deveriam pronunciar-se sobre nove projetos-lei destinados a garantir sete mil milhões de euros necessários, em troca da concessão de um plano de resgate negociado com a troika de credores internacionais avaliado em 10 mil milhões de euros.
Chipre deverá garantir esse montante até segunda-feira, a condição imposta pela troika para desbloquear o resgate de 10 mil milhões de euros e sem o qual o BCE já ameaçou interromper o envio de liquidez de urgência para os bancos insolúveis, condenando-os na prática à falência.
O chefe da União Democrática (Disy, no poder), Averof Neophytou, considerou ainda ser possível garantir um acordo na noite de hoje.
Ainda se ignorava a fórmula que deverá ser apresentada à 'troika' após aprovação pelo Parlamento, numa sessão prevista para o início da manhã de hoje, que ainda não se iniciou e que segundo um canal televisivo se poderá prolongar até sábado.
No entanto, a televisão estatal já adiantou que o governo de Chipre poderá sugerir uma taxa de 15% sobre os depósitos bancários superiores a 100 mil euros, no âmbito de um plano de emergência destinado a garantir um resgate internacional.