Mário Centeno, ministro das Finanças, não fecha a porta a uma eventual saída do Eurogrupo já em julho do próximo ano e admite ser governador do Banco de Portugal. Em entrevista ao jornal "Expresso", diz que mais dinheiro para salários só em 2021.
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O ministro das Finanças equaciona, para já, uma recandidatura à presidência do Eurogrupo, com a justificação de que o trabalho "está feito", deixando em aberto a possibilidade em terminar o mandato já em julho do próximo ano, admitindo uma posição favorável "à limitação do número de mandatos que os políticos exercem".
Quando questionado com a possibilidade ser assumir a liderança do Banco de Portugal (BdP), Centeno diz que não "vê nenhuma incompatibilidade em que um ex-ministro das Finanças se torne governador do Bdp". ""Isso está escrito em algum sítio do Tratado?", questionou. "Dou dois exemplos: um dos vice-presidentes do Banco Central Europeu foi ministro das Finanças de Espanha. E o meu colega eslovaco também transitou das Finanças para o banco central. Estou só a dar exemplos", acrescentou.
Ministro critica fontes anónimas
Na mesma entrevista, Mário Centeno deixa duras críticas a fontes do Governo que terão passado informações "falsas" aos jornalistas relativas ao Orçamento do Estado. "Não gosto de ver governantes sem nome, nem fontes sem cabeça", atirou. Num recado, que tudo indica ser para o interior do Executivo, diz: "Não posso duvidar que, quando um jornalista escreve fontes governamentais, alguma fonte terá dito. Essa fonte transmitiu informação falsa".