A chanceler alemã, Angela Merkel, insistiu, esta sexta-feira, à chegada à cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, em Bruxelas, que considera improvável um acordo entre os 27 sobre o orçamento comunitário para 2014-2020.
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Angela Merkel, que na última madrugada, após a primeira sessão de trabalhos, já dissera ter dúvidas sobre um compromisso, reiterou essa ideia à chegada ao Conselho, ao afirmar-se convicta de que não será possível nesta ronda de negociações encontrar um entendimento, "ou seja, uma decisão unânime".
Os líderes europeus retomaram, às 12.00 horas locais (11.00 horas em Portugal continental), as negociações sobre o orçamento comunitário para 2014-2020, com uma nova proposta nas mãos, mas que parece estar ainda longe de reunir o consenso.
Na primeira sessão de trabalhos da cimeira extraordinária sobre o orçamento plurianual, que teve início na noite de quinta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, apresentou uma nova proposta, na sequência da ronda de consultas com todos os 27 líderes ao longo do dia.
Fontes diplomáticas indicaram que continua a existir um grande "fosso" a separar as posições dos contribuintes líquidos -- as economias mais poderosas -, que reclamam ainda mais cortes orçamentais, e os países mais frágeis, os chamados "amigos da coesão", como Portugal, que consideram os cortes demasiado grandes.
A nova proposta colocada em cima da mesa por Van Rompuy mantém uma redução do envelope global em cerca de 80 mil milhões de euros, comparativamente à proposta original da Comissão Europeia, mas com uma redistribuição dos cortes que atenua as reduções nas áreas da coesão e agricultura, aquelas que Portugal considera prioritárias, indicaram fontes diplomáticas.