Princípios extraídos da caravela-portuguesa, de resíduos da casca de camarão ou de insetos são recursos que a empresa do Porto investiga.
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A Mesosystem anuncia estar envolvida no desenvolvimento de produtos cosméticos avançados, no âmbito de um plano contínuo de expansão e inovação, o que lhe tem permitido consolidar o seu papel de liderança no setor, refere em comunicado a empresa sediada no Porto.
Com exportações para mais de 100 países, em 2024, a companhia iniciou uma nova fase de investigação, desenvolvimento e tecnologia (I&D+T) com foco nas novas tendências de mercado, isto é, com preocupações de sustentabilidade ambiental aliadas às tendências da estética.
Um dos projetos de investigação que finalizou recentemente, "com êxito", foi relativo ao uso de recursos marinhos, que visou a extração de princípios da caravela-portuguesa, para integrar cosméticos de alta eficácia. "Este projeto sublinha a aposta da Mesosystem na exploração sustentável de recursos naturais e tecnologias que ampliam o alcance e benefícios", indica na mesma nota.
Também neste ano, em abril, a empresa, que se apresenta como "referência internacional em fabricação e comercialização de produtos cosméticos médico", viu aprovados dois novos projetos: o Shrimp4NanoCosmetics e o AgeTech.
O primeiro, identificado como "um dos passos mais ousados da empresa em inovação sustentável", compreendeu o desenvolvimento de tecnologias de extração de compostos bioativos a partir de resíduos da casca de camarão.
Combater o desperdício industrial
Com o objetivo de incorporar estes ingredientes em formulações cosméticas pioneiras, o projeto está também focado na "valorização dos subprodutos da indústria do pescado e na criação de soluções ecologicamente sustentáveis". A ideia é diminuir o desperdício industrial.
Na prática, a Mesosystem lidera um consórcio composto por três instituições científicas - a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, a Universidade dos Açores e a Requimte-Rede de Química e Tecnologia, Associação - com um plano de trabalho a 36 meses.
Em termos científicos, a empresa explica que o consórcio pretende "otimizar técnicas de extração inovadoras para compostos como a astaxantina e o quitosano, visando aumentar a eficácia e os benefícios dos produtos cosméticos finais".
Conter o envelhecimento
Já quanto ao AgeTech, trata-se de um projeto que surge "como resposta ao crescente interesse por um envelhecimento saudável e por produtos que promovam a vitalidade da pele".
Por esse motivo, a investigação visa o "desenvolvimento de formulações cosméticas avançadas com ativos que atuam nos mecanismos moleculares do envelhecimento cutâneo".
Para tal, recorre também a biocompostos marinhos com propriedades antienvelhecimento, "encapsulando-os para maximizar a sua eficácia e criando uma linha de produtos cosméticos de elevada qualidade".
"Com este projeto, a Mesosystem reafirma o seu compromisso em atender a um público cada vez mais atento à saúde e estética, proporcionando uma nova gama de cosméticos que aliam ciência de ponta e ingredientes sustentáveis, sublinha-se no comunicado.
Insetos como fontes de matérias-primas
Além dos projetos mencionados, a empresa faz ainda parte da agenda mobilizadora InsectERA, focada no desenvolvimento de fórmulas cosméticas "cruelty-free", a partir de matérias-primas de origem de insetos.
Uma vez mais, a ideia é "oferecer alternativas inovadoras, éticas e sustentáveis ao mercado cosmético".