Mais de mil sindicalistas da CGTP aprovaram hoje, sexta-feira, a greve geral de 24 de Novembro e comprometeram-se a fazer tudo para mobilizar os trabalhadores nos locais de trabalho para esta acção de luta contra as medidas de austeridade.
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Provenientes de todo o país, os dirigentes e activistas sindicais, reunidos em assembleia, em Lisboa, foram unânimes em considerar oportuna e necessária a realização da greve geral, face às medidas de austeridade que o Governo tem vindo a impor e anunciar.
A avaliar pelas intervenções feitas pelos participantes, poder-se-ia prever já uma elevada adesão à greve marcada para 24 de Novembro, pois todos se comprometeram a desenvolver "uma intensa ação de esclarecimento e mobilização" pelo país.
Em dia de aniversário, a CGTP aprovou, por unanimidade e aclamação, uma moção para a realização da greve geral, que prevê também a realização de reuniões e plenários para a sua preparação até 14 de Outubro.
No documento aprovado, a CGTP justifica os motivos da luta e salienta as desigualdades no país. "Temos mais de metade das famílias a viver com menos de 900 euros por mês, 205 dos trabalhadores com baixos salários, 890 mil assalariados sem contratos permanentes, 38% de jovens com contratos a termo, oficialmente cerca de 600 mil desempregados, dos quais um terço sem prestações", lê-se no documento.
A moção acrescenta ainda que 370 mil pessoas recebem o Rendimento Social de Inserção e mais de um milhão de reformados têm pensões mínimas ou sociais.
"Do outro lado, temos uma pequena fracção da população com rendimentos indecentemente altos", contrapõe.
No encerramento da assembleia, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, garantiu a todos que a greve geral de 24 de Novembro será "um marco na vida" da central sindical e dos trabalhadores do país. "É uma greve pelo interesse nacional", disse o sindicalista.
Carvalho da Silva defendeu que a paralisação marcada é do interesse dos trabalhadores e do povo português em geral, porque não se limita a ser apenas uma iniciativa de protesto, mas tem também como objectivo a "construção de projectos para o futuro".
A 15 de Outubro, a central sindical vai ter nova reunião de Conselho Nacional para avaliar a situação.
Na assembleia de hoje, sexta-feira, foi ainda aprovada uma resolução em que é defendido que "o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) é um imperativo nacional" e exigido o cumprimento do acordo tripartido que prevê a fixação do SMN nos 500 euros em 2011.
Ao longo da reunião, a CGTP recebeu saudações pelo seu 40.º aniversário dos candidatos a presidente da República Francisco Lopes e Manuel Alegre e do PCP.
