A presidente da Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande, Nádia Piazza, disse, este sábado, que falhou toda a estrutura e a resposta no incêndio de 17 de junho que vitimou 64 pessoas.
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"O que se viveu em Pedrógão Grande no dia 17 de junho de 2017 foi algo inominável, irrepetível na sua brutalidade. Falhou toda uma estrutura e resposta naquele dia e naquele pedaço de Portugal", afirmou a presidente da Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande (AAVPG), Nádia Piazza.
Esta responsável, falava este sábado no 1.º Encontro para a Autoproteção e Resiliência das Populações Locais, que decorre na Casa de Cultura de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, organizado pela AAVPG em parceria com a Associação de Proteção e Socorro e que conta com o alto patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e da Fundação Calouste Gulbenkian.
"Falhou um estado de coisas e o estado da coisa. Falharam homens e mulheres à frente e atrás das suas responsabilidades. Veio a nu, de forma crua e dura, a inoperância e a incompetência das entidades no auxílio daqueles que desesperaram por proteção e socorro", disse.
Nádia Piazza, num discurso curto e cheio de emoção, recordou que o que se viveu no dia 17 de junho de 2017, foi algo "inominável e irrepetível na sua brutalidade".
"64, 65 portugueses desesperaram por proteção e socorro em vão. É agora, é hora de assumirmos o que falhou. É hora de pedirmos perdão ao nosso povo que ainda vive. É hora de sermos fortes e honrados em nome dos que também foram o nosso povo e agora não estão entre nós. É preciso responder a este estado de coisas que tomou conta do Estado", frisou.
A presidente da AAVPG disse que chegou o momento de se assumirem as falhas e sublinhou que já não se pode negar a crueza dos factos.
"Eles [factos] estão lá [no relatório da Comissão Técnica Independente] descritos ao longo de mais de 200 páginas. A história negra da nossa Nação para que então e só então, desculpemo-nos, enquanto lideres, enquanto povo, enquanto Nação e comecemos a viver um certo futuro, o único que nos resta em nome dos que pereceram (...)", concluiu.