As autoridades militares no poder no Níger suspenderam as exportações de gás de petróleo liquefeito (GPL) "até nova ordem", para dar prioridade ao abastecimento interno, segundo documentos citados pela agência francesa de notícias France-Presse.
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"A exportação de gás é formalmente proibida, salvo autorização especial, até nova ordem", indica uma carta do diretor-geral das alfândegas, Abou Oubandawaki, enviada aos seus serviços, na qual explica que "o objetivo desta ordem é proibir a exportação de GPL do Níger".
O Níger começou a produzir GPL em 2012 e tinha pouco mais de 60.000 toneladas em 2020, segundo as estatísticas oficiais. O gás é utilizado principalmente para cozinhar no país.
"A produção nacional de gás GPL assegura prioritariamente o abastecimento do mercado nacional", confirma um despacho do Ministério do Comércio e da Indústria, datado de 25 de setembro e também citado pela France-Presse (AFP).
De acordo com um relatório do Ministério do Petróleo, as exportações de GPL "foram significativas, especialmente em 2013 e 2014", antes de se tornarem "quase nulas em 2019 e 2020" com o "aumento da procura interna".
O Governo nigerino tinha subsidiado o GPL, nomeadamente para desencorajar o uso abusivo da madeira, muito utilizada para cozinhar no país, e assim combater a desertificação.
Há dois meses que o Níger está sujeito a pesadas sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), na sequência do golpe de Estado que levou os militares ao poder em 26 de julho.