O Novo Banco já tem o estatuto de contraparte junto do Banco Central Europeu (BCE), acedendo ao financiamento do Eurosistema "em condições de normalidade", segundo o Banco de Portugal.
Corpo do artigo
O Novo Banco "encontra-se devidamente capitalizado, beneficiando do estatuto de contraparte para as operações de política monetária e, portanto, do acesso à liquidez do Eurosistema em condições de normalidade", disse à Lusa fonte oficial do Banco de Portugal.
No entanto, já questionada sobre se passou para o Novo Banco a responsabilidade dos 10 mil milhões de euros que o BES tinha pedido ao BCE e cujo reembolso Frankfurt exigiu integralmente dois dias antes do resgate ao BES, a mesma fonte do regulador e supervisor bancário português recusou-se a responder, afirmando que "o Banco de Portugal não comenta operações de financiamento de bancos".
Terça-feira, o Expresso noticiou que o Novo Banco já devolveu ao Banco de Portugal os 3,5 mil milhões de euros que este lhe havia emprestado ao abrigo da cedência de liquidez de emergência.
O Novo Banco, que concentra os ativos e passivos que eram do BES e que foram considerados não tóxicos, foi criado na reunião extraordinária do Conselho de Administração do Banco de Portugal de 3 de agosto.
Nesse mesmo encontro, a entidade liderada por Carlos Costa decidiu também que o Novo Banco seria capitalizado com 4,900 milhões de euros, através do Fundo de Resolução bancário.
Entretanto, segundo a ata da reunião que foi divulgada por uma sociedade de advogados, a 01 de agosto, o BCE retirou ao o estatuto de contraparte ao BCE, suspendendo assim o acesso do banco às operações de política monetária, e obrigou o BES a "reembolsar integralmente o seu crédito junto do Eurosistema, de cerca de 10 mil milhões de euros".
Essa imposição teria de ser cumprida no máximo "no fecho das operações no dia 04 de agosto", ou seja, o BCE deu três dias ao BES para devolver o financiamento que tinha contraído junto do banco central, de acordo com a ata.