Novo Banco sem responsabilidade por papel comercial do GES

Na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, onde está a ser ouvido esta terça-feira de manhã, Stock da Cunha disse que "o Novo Banco não tem qualquer responsabilidade sob o ponto de vista legal" sobre o reembolso do papel comercial do Grupo Espírito Santo que foi vendido aos balcões do BES, cujos clientes se têm manifestado publicamente reclamando a resolução da sua situação.

Stock da Cunha diz que "a medida de resolução é muito clara e diz que não passou para o NB quaisquer obrigações, garantias, responsabilidades ou contingencias" relativas ao GES, e que "não existe no balanço do NB qualquer provisão" para ressarcir quem investiu em papel comercial.

Segundo o presidente, em relação ao papel comercial do GES, estão em causa "menos de 2500 clientes" que terão comprado cerca de 527 milhões de euros em papel comercial da ESI e da Rioforte.

Stock da Cunha disse que o Novo Banco começou por resolver a situação dos clientes que comparam obrigações de longo prazo, que eram uma responsabilidade do banco, disse. E revelou que já foram resolvidas as situações de sete/oito mil clientes, que tinham investido 1300 a 1400 milhões de euros em obrigações. Segue-se agora a fase dos clientes que investiram em ações preferenciais e, simultaneamente, tentar encontrar uma solução para os clientes do papel comercial do GES, o que admitiu ser "uma equação bastante difícil de resolver".

"O banco só pode compensar os clientes se isso for possível de ser feito sem impactar em termos de liquidez nos racios de capital, liquidez", disse, garantindo que está empenhado em encontrar uma solução, mas sem se comprometer com datas.

"Estamos totalmente empenhados em encontrar uma solução, não sabemos quando, como e qual será e se será", disse.