Nova versão do líder de vendas no nicho dos SUV de sete lugares quer consolidar a posição no mercado, com uma aposta no espaço e conforto e para todos os passageiros. Agora, em versões eletrificadas.
Corpo do artigo
A nova geração do SUV de sete lugares do Peugeot 5008 está no mercado para tentar continuar o sucesso de versões anteriores, líderes neste estreito segmento de carros espaçosos e com lugares suficientes para famílias grandes ou quem precisa de "andar com a casa à costas". Continuando a estratégia da marca, a nova geração, que estreia a versão mais longa da nova base da Stellantis STLA Medium, conta com versões elétricas e híbridas (plug-in in a chegar até ao final do ano) e vai ter um modelo com mais autonomia.
Num percurso misto com partida de Lisboa e Alentejo dentro, pudemos experimentar por algumas dezenas de quilómetros as duas motorizações e os dois níveis de equipamento disponíveis neste modelo: Allure e GT. Tendo em conta que se trata de um carro para famílias ou para quem precisa de muito espaço, comecemos pela vida a bordo, antes de falarmos da condução.
O espaço neste novo Peugeot é generoso, tirando partido dos 2,90 metros de distância entre eixos, e há bastante conforto a bordo para adultos à frente e na segunda linha de assentos. Mesmo para um adulto com 1,85 metros, não é difícil viajar no 5008, se bem que, na versão com tecto panorâmico, a cabeça vá bem perto do tecto. Se tiver um filho a rondar esta altura, prepare-se para ouvir algumas queixas sobre o penteado estragado e um toque mais forte, se a estrada estiver degradada. Mas a questão não se colocou na versão mais simples, sem tecto de abrir, que no caso deste ensaio foi a versão híbrida.
Para ajudar a acomodar passageiros de vários tamanhos, os bancos traseiros são deslizantes (60/40), dando prioridade ao espaço para a terceira fila de bancos ou então, caso não os use, ao espaço para as pernas da segunda fila. Os bancos da segunda fila são totalmente reclináveis e deslizam para a frente em simultâneo, para o acesso à terceira fila de lugares, onde um adulto poderá entrar, mas que não será confortável para grandes distâncias. Na mala não falta espaço, principalmente se os bancos da última fila estiverem rebatidos (ficam escondidos no piso, deixando o espaço completamente livre). A capacidade varia entre os 348 litros com os sete bancos montados, 916 litros se os dois últimos bancos estiverem rebatidos e 2232 litros caso só utilize os lugares da frente.
Na versão mais equipada, o lugar do meio da segunda fila transforma-se em encosto de braços e a luz ambiente, que varia de cor, chega às portas traseiras, onde encontramos algum plástico menos conseguido e que contrasta com a qualidade percecionada dos estofos. Nas janelas, há cortinas escondidas nas portas. Os passageiros da segunda fila têm ainda a possibilidade de regular de forma autónoma o ar condicionado.
Ao volante
A premissa base de um SUV destas dimensões nunca será dar prioridade ao prazer de condução, ainda que o 5008 não o comprometa de todo. Sem dúvida que é em estrada aberta que se sente em casa, mas não diz que não a percursos com mais curvas, onde nos recorda o tamanho e o peso, ainda que não mais do que recordar. Claro que numa autoestrada a bateria consome acima do anunciado, mas no final da nossa viagem, com quatro adultos no carro, a autonomia ficou alguns quilómetros abaixo do valor dos testes. Ao volante, o condutor está bem sentado em bancos que, como opção, se adaptam ao corpo.
Na versão elétrica, o peso das baterias colocadas de forma a baixar o centro de gravidade torna o carro estável, mas com alguns abanões que se sentem atrás, quando o piso não está nas melhores condições. Já a versão híbrida pareceu-nos mais confortável para os passageiros.
Em qualquer uma das duas motorizações experimentadas, o motor é mais do que suficiente para não ser uma questão. Nota-se claramente que a disponibilidade imediata da potência e binário do modelo elétrico torna tudo mais agradável, ainda que o motor de combustão consiga atingir velocidades maiores. Em frente ao condutor, como vem sendo hábito nos carros mais recentes, um grande ecrã curvo de 21 polegadas (ou dois de 10, consoante a versão), são o centro de controlo dos múltiplos sistemas do carro e onde podemos ter acesso a tudo o que se passa no veículo.
E se a ansiedade da autonomia elétrica o consome na altura de escolher a motorização do próximo carro, a Peugeot tem opções para vários níveis de preocupação. Neste momento, existe a versão elétrica de 210 CV (com autonomia entre 502 e 489 km) e a versão híbrida, que combina o motor 1.2 136 cv com o motor elétrico, com consumos entre os 5,7 e os 5,9 litros de gasolina/100 km.
Até ao final do ano, será disponibilizada a versão híbrido plug-in, com 195 cv, que poderá chegar aos 96 km de autonomia elétrica e consumo combinado WLTP de 1 a 1,1 litros por 100 km. E no primeiro trimestre do próximo ano uma versão “long range” elétrica, com 230 cv de potência e autonomia até aos 660 quilómetros. A bateria tem uma garantia de oito anos (ou 160 mil km) para 70% da sua capacidade de carga e a tomada de carregamento situada no guarda-lamas traseiro esquerdo dispõe de ligações Modo 2/3 (AC) e Modo 4 (DC).
Estão disponíveis dois tipos de carregadores de bordo para o carregamento em corrente alternada, com um carregador trifásico de 11 kW de série e um carregador trifásico de 22 kW opcional. Para o carregamento em corrente contínua, através de carregadores rápidos, a ficha Modo 4 do novo E-5008 aceita potências até 160 kW. Isto permite recuperar 100 km de autonomia em apenas 10 minutos e recarregar de 20% a 80% em 30 minutos.
A gama 5008 começa nos 39150 euros (preço de lançamento 36650 euros), na versão híbrida com nível de equipamento Allure, e chegará aos 57800 euros, na versão elétrica “long range”, com o nível de equipamento GT. A gama tem apenas duas versões - Allure e GT - com três packs de opções de equipamento.