As Nações Unidas consideram que a crise da zona euro continua a constituir "a maior ameaça à economia mundial" e reviram em baixa o crescimento do planeta para este ano e para 2013, segundo um relatório deivulgado esta quinta-feira.
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A escalada da crise pode conduzir "a graves perturbações nos mercados financeiros e a um aumento acentuado da aversão ao risco a nível mundial, levando a uma maior diminuição do crescimento mundial", lê-se no documento "World Economic Situation and Prospects 2012" (Situação de Perspetivas da Economia Mundial) relativo ao primeiro semestre.
Segundo os especialistas das Nações Unidas, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial irá crescer 2,5 por cento em 2012 e 3,1 por cento em 2013, sendo que estas projeções supõem "uma ligeira revisão em baixa" em relação à previsão anterior, quando o aumento do PIB seria de 2,6 por cento.
O relatório observa que, "após um abrandamento acentuado em 2011, o crescimento mundial continuará provavelmente a apresentar-se fraco em 2012, prevendo-se que a expansão da maioria das regiões continue a ser inferior ao seu verdadeiro potencial".
Para as Nações Unidas, existem "quatro fragilidades principais que continuam a dificultar uma recuperação económica robusta", nomedamente a redução do endividamento da banca, das empresas e dos agregados familiares, o desemprego elevado, as medidas de austeridade orçamental destinadas a combater o aumento da dívida pública e a exposição da banca a dívidas soberanas, "conjugada com uma economia fraca".
O documento salienta que os países desenvolvidos, "especialmente da Europa, estão a ter dificuldade em romper este círculo vicioso", acrescentando que, mesmo que se consiga evitar um aprofundamento e alastramento da crise da zona euro, "a atividade económica da União Europeia deverá estagnar em 2012".
O relatório calcula que o crescimento do comércio mundial baixe para 4,1 por cento em 2012, em comparação com 13,1 por cento em 2010 e 6,6 por cento em 2011.
Os especialistas das Nações Unidas indicam também que o desemprego mundial "continua a situar-se acima do nível anterior à crise e está aumentar rapidamente na zona euro".