Os ziguezagues de Costa: reverteu privatização da TAP e agora admite venda total
Recuperação do controlo público foi bandeira na corrida à liderança do PS e na campanha legislativa contra coligação de Passos Coelho.
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Quando se candidatou a secretário-geral do PS, em 2014, António Costa recusava embarcar em privatizações da TAP e prometia recuperar a maioria do capital. Um ano depois, nas legislativas, esta foi uma das bandeiras do seu programa e, uma vez ao leme do Governo, reverteu a privatização e nacionalizou a companhia. Nove anos após as primárias contra António José Seguro, admite vender a TAP na totalidade. Abriu essa porta em janeiro no Parlamento e agora em vésperas do Conselho de Ministros que vai aprovar o diploma da privatização.
“É fundamental termos hoje a TAP, como foi fundamental no passado termos as caravelas que fizeram os descobrimentos”. Estas palavras foram ditas por António Costa a 15 de dezembro de 2014. Garantiu que, para cumprir o objetivo do memorando assinado com a troika, já não era preciso privatizar. Para o ex-presidente da Câmara de Lisboa, a TAP era “mesmo aquela empresa que não deveria ser privatizada” pelo elevado risco. Mas, em 2015, o Governo chefiado por Pedro Passos Coelho ainda conseguiu concluir a reprivatização de 61%. A TAP foi vendida a 12 de novembro ao consórcio Atlantic Gateway.