Na história das 38 edições já realizadas da Ovibeja não há memória da sessão de inauguração não ter contado com a presença de uma figura de topo da vida política portuguesa, presidente da República, primeiro-ministro ou ministro(a) da Agricultura.
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Marcelo Rebelo de Sousa visitará o certame no sábado à tarde. Mas a ACOS-Agricultores do Sul, entidade organizadora da Ovibeja, decidiu não convidar António Costa, Maria do Céu Antunes, responsável da pasta da Agricultura, ou qualquer membro do Governo, "tendo em conta o descontentamento generalizado dos agricultores com a ministra", justificou o presidente da ACOS, Rui Garrido.
A Ovibeja foi inaugurada por Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, um dos principais parceiros da ACOS, tendo as duas entidades rubricado uma parceria em que a edilidade assumiu o livre acesso do público até às 20 horas desta quinta-feira. "Adquirimos dois mil bilhetes a 8 euros cada um, num total de 16 mil euros, para permitir o livre acesso a quem quiser visitar a feira", revelou ao JN, o autarca bejense.
No discurso de abertura, Rui Garrido deixou duras críticas à forma como o Governo de António Costa encara a agricultura, nomeadamente na manutenção de uma ministra que "há muito deveria ter saído". "Temos grandes preocupações com o desmantelamento dos serviços regionais da agricultura na Comissão de Coordenação (CCDR), a falta de recursos na Direção-Geral de Veterinária, com a PEPAC que foi negociada à pressa e já está desatualizada e faltam medidas para combater uma seca em abril e que parece estarmos em junho", justificou.
O presidente da ACOS lamentou o aumento do preço da água que a EDIA que cobrar: "aumento de 140% em baixa pressão e 80% em alta pressão. Os regantes vão morrer à sede", criticou.
Por seu turno, Paulo Arsénio, presidente da autarquia, que fez uma resenha histórica da Ovibeja, lembrando quando em 1988 a feira teve um dia e a inauguração do Parque de Feiras em 2001, ano em que a febre aftosa não permitiu ter animais do espaço". Recordou ainda o falecido Manuel Castro e Brito, eterno "presidente" da ACOS, referindo que "a feira está montada, os expositores prontos e se cá estivesse Castro e Brito diria a sua inesquecível frase 'valeu a pena'", rematou.
Marcaram presença 18 deputados da Assembleia da República, 10 da Comissão de Agricultura, presidida por Pedro do Carmo, eleito pelo PS, e João Dias pelo PCP, ambos pelo distrito de Beja, e oito da Comissão de Ambiente, presidida por Tiago Rodrigues, que integra outro deputado eleito por Beja, Nelson Brito.
Questionado pelo JN sobre como se sentia enquanto militante e eleito pelo PS pelo facto da ACOS não ter convidado o Governo, referiu que "a Câmara está cá e é dirigida pelo PS e o presidente faz a inauguração. Gostaríamos que o Governo estivesse. Acredito que em 2024 esteja tudo ultrapassado", concluiu.
Visitas confirmadas à Ovibeja:
27 de abril (quinta-feira)
15.30 horas - Visita de Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal.
17 horas - Visita de André Ventura, presidente do Chega.
29 de abril (sábado)
11.30 horas - Visita de Nuno Melo, presidente do CDS.
15 horas - Visita de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República
18 horas - Visita de Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP
Domingo (30 de abril)
11 horas - Visita do Corpo Diplomático
17 horas - Visita de Luís Montenegro, presidente do PSD