O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reúne-se esta terça-feira com o presidente peruano, Ollanta Humala Tasso, em Lima, no Peru, onde também participa num encontro com representantes de cerca de 50 empresas portuguesas.
Corpo do artigo
Pedro Passos Coelho chegou à capital do Peru na segunda-feira ao final do dia, para uma visita de seis dias à América do Sul, por ocasião da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável Rio+20, que terminará em Bogotá, na Colômbia.
Ao contrário do que estava previsto, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, não viajou com Passos Coelho para o Peru na segunda-feira.
De acordo com o gabinete do ministro, este "adiou a sua ida porque teve de deslocar-se a Luanda e a Paris no fim-de-semana, mas combinou com o primeiro-ministro ir ter ao Rio de Janeiro e seguir com ele para a Colômbia".
No seu primeiro dia em Lima, o primeiro-ministro não prestou declarações aos jornalistas, e a sua agenda resumiu-se a um concerto da fadista Carminho, no Teatro Municipal de Lima, promovido pela Mota-Engil Peru, que é uma das cinco empresas portuguesas atualmente instaladas neste país, segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Antes do início deste concerto, o presidente do grupo Mota-Engil, António Mota, fez uma curta intervenção, em que assinalou a importância da compra de uma empresa peruana, há quinze anos, pela Mota e pela Engil, na altura ainda duas empresas separadas. "Aqui nasceu a Mota-Engil", afirmou.
António Mota referiu que, neste momento, 65% da faturação do grupo Mota-Engil e 80 por cento da sua carteira de encomendas estão de fora de Portugal, mas acrescentou: "Para isso, senhor primeiro-ministro, temos de ter uma base sólida em Portugal".
De acordo com dados fornecidos pela AICEP, com base no Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas para o Peru cresceram 119% no primeiro trimestre deste ano face a igual período de 2011.
A Mota-Engil está presente neste país através da Mota-Engil Peru, empresa que, segundo o seu presidente, Rui Guimarães, tem já 5 mil trabalhadores, dos quais cerca de 20 são portugueses e, nos últimos três anos, mais do que triplicou a sua faturação, que representa hoje dez por cento dos lucros do grupo Mota-Engil.
O Peru é um país com uma economia em crescimento e importantes recursos minerais, que recentemente tem sido apontado pelas autoridades de Portugal como um dos mercados com potencialidades a explorar pelas empresas portuguesas.
Esta terça-feira, a agenda do primeiro-ministro em Lima começa precisamente com um encontro empresarial organizado pela AICEP, em que estarão presentes representantes de cerca de 50 empresas portuguesas.
Depois, Passos Coelho é recebido por Ollanta Humala Tasso no Palácio do Governo, estando prevista a assinatura de instrumentos bilaterais e a realização de uma conferência de imprensa conjunta no final desta reunião.
Antes de viajar para o Rio de Janeiro, o primeiro-ministro tem ainda um encontro com a presidente da Câmara Municipal de Lima, Susana Villarán, e recebe a medalha de ouro da cidade de Lima.