PCP lamenta mais receita fiscal através do esmagamento do rendimento do trabalhado
O PCP condenou, esta sexta-feira, o aumento da receita fiscal, comentando a execução orçamental, assente no aumento brutal da carga fiscal sobre os trabalhadores, enquanto o IRC vai diminuindo nos últimos anos.
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"Estão em linha com a intenção do Governo, manifestada no orçamento de 2015, de cortar nos rendimentos dos trabalhadores, esmagando-os com um aumento brutal da carga fiscal ao mesmo tempo que favorece o grande capital, por via da diminuição do IRC ou por via do aumento dos juros da dívida", lamentou o deputado comunista Paulo Sá, no parlamento.
O défice das administrações públicas atingiu os 3.989,8 milhões de euros até setembro, uma melhoria de 1.421,1 milhões em termos homólogos, informou hoje a Direção-Geral de Orçamento (DGO).
"Há, efetivamente, um aumento da receita fiscal, mas, se desagregarmos isso, verificamos que o IRS contribui com um aumento de 11%, o IVA com 7,7%, ao mesmo tempo que o imposto sobre o lucro das empresas, o IRC, diminui 2,5%. O IRC representa apenas 35% do IRS quando, há uns anos atrás, representava 60%", afirmou.
Segundo a síntese de execução orçamental de setembro, o défice das administrações públicas fixou-se nos 3.989,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, quando no mesmo período de 2013 alcançou os 5.410,9 milhões de euros.
Paulo Sá sublinhou ainda que "os juros da dívida pública continuam a crescer" e, "em setembro deste ano serão mais 140 milhões de euros do que em setembro do ano passado".