A ministra das Finanças portuguesa explicou que o Eurogrupo entendeu suspender a reunião na quarta-feira à noite e retomá-la na quinta-feira, para "dar mais umas horas" ao Governo grego e às instituições para concluírem as discussões em curso.
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"As discussões entre as instituições e as autoridades gregas ainda estão em curso e não estavam ainda suficientemente avançadas para que pudéssemos ter hoje uma discussão e, como tal, entendeu-se que era mais produtivo interromper a reunião, dar mais umas horas para estas conversações continuarem e amanhã às 13 horas (12 em Portugal continental) retomamos os trabalhos, para analisarmos as conclusões que essa discussão entretanto venha a produzir", afirmou Maria Luís Albuquerque, quarta-feira à noite, à saída do encontro, em Bruxelas.
Uma outra reunião, iniciada após a suspensão do Eurogrupo, entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e os credores da Grécia foi também suspensa na quarta-feira à noite, sendo retomada quinta-feira.
A diretora do Fundo Monetário Internacional, Christine Largarde, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, foram os primeiros a sair do encontro, o segundo deste tipo em 24 horas, que durou apenas uma hora e meia.
Sobre a reunião do Eurogrupo, Maria Luís Albuquerque sustentou que "a avaliação deve ser feita primeiro pelas instituições", designadamente Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), "porque eles é que têm condições para saber se [as propostas] cumprem ou não o mandato que foi atribuído às instituições a 20 de fevereiro passado, quando se decidiu a extensão do programa", pelo que, "até que as instituições façam a avaliação, nenhum dos ministros se pronunciará num sentido ou noutro, porque não é razoável e não é produtivo fazê-lo".
Questionada sobre o posicionamento do Governo português relativamente às propostas gregas, alegadamente recebidas com mais recetividade por umas instituições europeias do que por outras, como o FMI, a ministra assegurou que Portugal não se posicionou "de lado nenhum", até porque o que lhe foi transmitido é que não há divergência entre as instituições.
"Aquilo que que nos foi dito, é que as três instituições estão a trabalhar em conjunto para apresentarem uma posição conjunta", disse.
Sobre o possível desfecho das negociações, escusou-se a entrar "em especulações", insistindo que, "até que as discussões sejam concluídas entre as autoridades gregas e as instituições e até que sejam apresentadas as conclusões destas discussões, não é útil especular sobre o que é que vai resultar".
"Aguardamos serenamente pela reunião de amanhã [quinta-feira] e por aquilo que nos possa ser apresentado e depois decidiremos", afirmou.
Sobre o estado de espírito com que partirá para a reunião do Eurogrupo de quinta-feira, a terceira no espaço de quatro dias, sorriu e disse que espera ter "uma boa noite de sono pela frente, porque amanhã [quinta-feira] só começa às 13 horas (12 em Portugal continental)".
"Vamos focar-nos nas coisas positivas e deixar as instituições trabalhar", concluiu.
A reunião do Eurogrupo sobre a Grécia foi suspensa durante a tarde após pouco mais de uma hora de reunião, sem acordo quanto às medidas a executar por Atenas para desbloquear o impasse que se vive há meses.
Segundo disse à Lusa fonte diplomática da União Europeia, nessa reunião estarão os representantes dos credores que já estiveram reunidos durante a tarde com Tsipras: o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.