A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, afirmou, esta quarta-feira, que não quer que a Grécia deixe a zona euro, mas garante que se isso acontecer e Atenas pedir apoio, o FMI "estará lá".
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"É a missão do FMI, mas antes de chegar a essa situação extrema, preferimos ajudá-los no âmbito de um programa credível", disse Lagarde, numa entrevista à revista francesa "Challenges", divulgada esta quarta-feira, numa altura em que as negociações da Grécia com os credores, incluindo o FMI, parecem de novo num impasse.
Se a Grécia abandonar o euro "estaremos em terreno desconhecido, como dizem alguns, o que comporta alguns riscos, mas já estivemos várias vezes desde a crise financeira de 2008", sustentou.
Segundo Lagarde, "o FMI considera que "entre a capacidade de intervenção do BCE (Banco Central Europeu), o mecanismo de estabilidade europeu e a mensagem de forte unidade dos membros da zona euro, os riscos de contágio a curto prazo são fracos", em caso de 'Grexit', saída da Grécia do euro.
Questionada sobre se está otimista em relação às negociações em curso entre a Grécia e os credores (FMI, BCE e Comissão Europeia), Lagarde respondeu que é uma "otimista" e que a sua prioridade é fazer com que a Grécia retome o caminho do crescimento.
"É preciso que seja durável, com soluções que não sejam temporárias (...) Sempre dissemos que a recuperação da economia grega exigirá esforços da parte de todos, dos gregos com a adoção de reformas corajosas e necessárias, mas também, se as reformas forem postas em prática, dos credores europeus, para que a dívida (grega) se torne sustentável", defendeu.
Na entrevista, Lagarde admitiu também que está disponível para um segundo mandato no FMI se for essa a vontade dos membros da instituição.