O recurso a pavimentos mais espessos do que os que habitualmente se usam em Portugal pode ser mais económico a longo prazo. A investigação foi feita por investigadores da Universidade de Coimbra, que desenvolveram um sistema de análise económica de estruturas de pavimentos rodoviários.
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O software, designado por OPTIPAV (OPTImização de PAVimentos), foi criado por João Santos e Adelino Ferreira, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra e consta de um artigo publicado no "International Journal of Pavement Engineering".
Na análise económica feita a partir do novo sistema, são tidos em conta os custos de construção, de conservação e para os utentes e o valor residual da estrada no seu fim de vida (40 anos).
Uma das conclusões a que se chega é que, "embora os custos de construção sejam mais elevados, a utilização de pavimentos de maior capacidade estrutural fica muito mais barata a longo prazo, porque implica menos intervenções de conservação e representa também uma poupança para os utentes".
"O que está por baixo da camada de desgaste, como tem muita capacidade estrutural devido à sua espessura e à qualidade dos materiais utilizados, está sempre impecável e não precisa ser removido", explicou Adelino Ferreira.
Nos EUA começam a estar em destaque os chamados "pavimentos perpétuos", em que a reparação implica apenas a remoção dos primeiros centímetros em que o pavimento apresenta degradações", disse o docente universitário.
OPTIPAV é um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia que já colheu o interesse de uma concessionária de estradas portuguesas.
Segundo Adelino Ferreira, a empresa Estradas de Portugal tem um sistema de apoio à decisão, desenvolvido também pelo laboratório da Universidade de Coimbra, em 2007, mas apenas para a gestão da conservação dos pavimentos.