O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu, esta quinta-feira, em Bruxelas, que "não há espaço nem tempo para mais jogos" e é chegada a hora de serem tomadas decisões sobre a Grécia.
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Na conferência de imprensa final da cimeira UE-Celac (América Latina e Caraíbas), a questão das negociações entre a Grécia e os seus parceiros e credores europeus voltou a ser abordada, tendo o presidente do Conselho Europeu apontado que, até ao momento, tem sido "discreto, moderado e neutro", mas acrescentando que é altura de dar o jogo por terminado.
"Para mim é óbvio que precisamos de decisões, não de negociações, e acho que o governo grego tem que ser um pouco mais realista. Não há mais espaço nem tempo para jogos", declarou.
Tusk sustentou que o próximo Eurogrupo (reunião dos ministros das Finanças da zona euro, agendada para 18 de junho no Luxemburgo) deve ser "decisiva", porque "não há mais tempo", e é necessário terminar o "jogo" a que se tem assistido nos últimos meses, com constantes avanços e recuos nas negociações entre Atenas e os seus credores em torno da implementação de um programa de reformas por parte da Grécia que permita o desembolso da ajuda financeira.
Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, foi parco em palavras, limitando-se a dizer que teve oportunidade de falar "dez minutos" na véspera com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e que voltaria a fazê-lo daí por "dez minutos", referindo-se à nova reunião prevista para as 14 horas locais (13 horas em Portugal continental).
Pouco antes, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, referida que os dois líderes restabeleceram na quarta-feira a sua relação pessoal, que tinha 'arrefecido' há exatamente uma semana, depois de uma sessão negocial no dia 03 de junho sobre a procura de uma solução para o país, à beira do incumprimento.
"A relação pessoal foi restabelecida ontem [quarta-feira], concordaram em ter mais conversas hoje, à margem da cimeira [UE-Celac]. O objetivo é ver se podemos continuar a trabalhar rumo a uma solução com base na declaração do Eurogrupo de 20 de fevereiro e as longas e intensas negociações que o presidente Juncker teve com o primeiro-ministro Tsipras", disse.
Em causa continua a estar um acordo entre Atenas e os seus credores internacionais em torno das reformas com as quais o governo de Tsipras se deve comprometer para ter direito ao desembolso de 7,2 mil milhões de euros, uma parcela da assistência financeira suspensa há meses.