O presidente do Eurogrupo disse, esta quarta-feira, em Lisboa, que Portugal não precisa de ajuda financeira adicional, rejeitando a possibilidade de um reajustamento do plano de resgate ao Estado português.
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"Não creio, sinceramente, que Portugal precise de um montante mais elevado", disse Jean-Claude Juncker, que também é primeiro-ministro luxemburguês, durante uma conferência de imprensa conjunta com o chefe do Governo português, Pedro Passos Coelho.
Juncker admitiu que possa haver "ajustamentos técnicos" à execução do programa, mas recusou o reajustamento do programa: "As metas são para cumprir".
O presidente do Eurogrupo declarou-se "muito satisfeito com o comportamento do Governo português, e saudou o "consenso nacional" à volta da necessidade de consolidação das contas públicas.
Portugal está a fazer "todos os esforços necessários para cumprir as metas orçamentais", disse Jean-Claude Juncker, que também é primeiro-ministro luxemburguês, durante uma conferência de imprensa conjunta com o chefe do Governo português, Pedro Passos Coelho.
"A equipa [técnica da 'troika'] está no terreno [desde segunda-feira], vamos esperar pela sua avaliação. Estou convencido de que, assim que houver avaliação, a terceira tranche [da ajuda a Portugal] será paga", disse Juncker.
O presidente do Eurogrupo referiu-se ainda ao "consenso" que encontra em Portugal relativamente à crise financeira.
"Estamos também muito satisfeitos por ver que há um consenso nacional em Portugal sobre a consolidação das contas públicas", disse o presidente do Eurogrupo.
"Quando o Pedro [Passos Coelho] estava na oposição, ajudou o trabalho do Governo [socialista] da altura, e agora a actual oposição não está a bloquear o trabalho do Governo do Pedro", acrescentou Juncker.
Na votação do Orçamento do Estado para 2012, o principal partido da oposição, o PS, deverá abster-se. A CDU e o Bloco de Esquerda deverão votar contra.
O presidente do Eurogrupo disse que Portugal "tem de cumprir as responsabilidades que assumiu", mas frisou a noção de solidariedade dentro do espaço europeu.
"Os portugueses podem ter a ideia de estarem isolados na Europa, mas não é assim. Não pode haver Europa sem Portugal, somos aliados e não inimigos, estamos a trabalhar em conjunto", concluiu Juncker.
Também Passos Coelho afirmou que quaisquer reajustamentos técnicos ao memorando de entendimento fazem parte do próprio acordo e decorrem das avaliações trimestrais da 'troika' (BCE, FMI e Comissão Europeia), rejeitando que haja qualquer processo "excepcional".
Na semana passada, o primeiro-ministro português disse que o Governo tinha discutido a possibilidade de fazer "reajustamentos" ao memorando de entendimento com a 'troika', que tem neste momento em Portugal uma equipa para fazer a avaliação da aplicação do acordo.
A Itália "tem de provar" que merece a confiança dos seus parceiros do euro, disse, ainda, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
"Não basta anunciar, é preciso implementar medidas", disse Juncker, que também é primeiro-ministro luxemburguês, durante uma conferência de imprensa conjunta com o chefe do Governo português, Pedro Passos Coelho.
Os juros das obrigações italianas no mercado secundário atingiram, esta quarta-feira, níveis recorde, depois de o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi ter anunciado a sua intenção de abandonar o Governo.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de a Itália precisar de um plano de resgate semelhante ao de Portugal ou da Grécia, Juncker escusou-se a responder.
"É complicado dar já resposta a isso, porque as coisas mudaram muito em Itália desde ontem [terça-feira], temos de esperar pelo próximo Governo", disse o presidente do Eurogrupo.
No entanto, acrescentou Juncker, o próximo Executivo de Roma "terá de cumprir os compromissos" orçamentais assumidos numa carta "que o primeiro-ministro Berlusconi enviou ao Conselho Europeu" no final de Outubro.