O PS condenou, esta sexta-feira, a intenção do Governo de financiar "serviços privados de emprego" que coloquem no mercado de trabalho desempregados, argumentando que essa é "uma responsabilidade do Estado".
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"Há uma experiência, há um saber, um conhecimento, por parte dos centros de emprego, dos técnicos e funcionários dos centros de emprego, que deve ser aproveitada, e não passar essa responsabilidade, que é uma responsabilidade do Estado e do serviço público de emprego para entidades privadas", afirmou o deputado socialista Miguel Laranjeiro.
Falando aos jornalistas no Parlamento, Miguel Laranjeiro defendeu que a proposta do Governo "parece um plano de atividades do Instituto de Emprego e não o verdadeiro plano de emprego que o país precisa, um país que tem 14% de desempregados e 35% de desemprego jovem".
O deputado socialista condenou essencialmente que se passe "para entidades privadas aquilo que deve ser uma função do serviço público do emprego, parece-nos naturalmente errada e ao arrepio do que deve acontecer".
"Não temos nada contra entidades privadas, mas é uma responsabilidade que o Governo aparentemente quer retirar dos centros de emprego, o que nos parece completamente no sentido errado do que deve ser o combate ao desemprego, que é o maior flagelo que temos em Portugal", afirmou.
O Governo admite financiar "serviços privados de emprego" que coloquem no mercado de trabalho desempregados que não recebem subsídio de desemprego e conta definir até ao final do ano o enquadramento necessário para tal.
"Se se verificar, nas experiências piloto, que os serviços privados de emprego têm sucesso na colocação de desempregados não subsidiados, o Estado admite pagar a essas agências por esse serviço", disse aos jornalistas o secretário de Estado do Emprego Pedro Martins.
O Programa de Relançamento do Serviço Público de Emprego inclui oito eixos e um conjunto de medidas que visam fomentar a captação de ofertas de emprego, cooperar com parceiros para a colocação de desempregados, reestruturar a rede de Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional, entre outras.
O Governo quer aumentar em 50% o número de colocações de trabalhadores desempregados até 2013, ou seja dar trabalho a mais 3.000 pessoas por mês.