O PSD sublinhou, esta quinta-feira, o excedente das contas externas portuguesas avançado pelo Banco de Portugal, reclamando que está em curso uma mudança estrutural da economia portuguesa.
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"Os dados tornados públicos hoje pelo Banco de Portugal sobre o défice externo evidenciam que pelo segundo ano consecutivo Portugal tem não um défice mas um 'superavit', ou seja, um excedente, um excedente que corresponde a 2,6% do PIB", disse o deputado "laranja" Duarte Pacheco em declarações no parlamento.
Questionado sobre os alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia portuguesa, o parlamentar diz que o Fundo "provavelmente não está a alcançar toda a dinâmica" da economia portuguesa nos seus relatórios, baseados em "modelos económicos" e que encontram comparação nos "dados concretos de uma entidade independente" como o BdP.
O excedente das contas externas portuguesas atingiu 4.239 milhões de euros no final do ano passado, um aumento face ao saldo de 539 milhões de euros de 2012, segundo os dados divulgados hoje pelo BdP.
No Boletim Estatístico divulgado hoje, o banco central confirma, assim, que 2013 foi o segundo ano consecutivo em que a soma do saldo da balança corrente com a de capital apresentou um saldo positivo.
Em 2011 e 2010, Portugal registou défices externos de 16.351 milhões de euros e de 9.883 milhões de euros.
Para o PSD, só foi possível atingir estes números "porque está a ser mudada estruturalmente a economia portuguesa".
"Estamos no bom caminho. Não pode haver nenhuma alteração de rota pois essa alteração poderia deitar tudo a perder", alertou contudo o deputado social-democrata Duarte Pacheco.
Para o resultado de 2013, diz o BdP, contribuiu de forma decisiva a balança de serviços, na qual se inclui o turismo, com um excedente de 9.925 milhões de euros que foi mais do que suficiente para anular o défice registado entre a importação e exportação de bens cujo défice atingiu os 7.080 milhões de euros.