O secretário-geral do PSD reafirmou esta segunda-feira que a redução da Taxa Social Única (TSU) em quatro pontos percentuais não implicará aumento da carga fiscal, sublinhando que o acordo da ajuda externa permite uma alteração da estruturação do IVA.
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Miguel Relvas, que participou hoje na apresentação da lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Santarém, que encabeça, disse que o dinheiro que deixará de ser arrecadado com a redução da TSU pode ser recuperado no crescimento que essa medida gerará na economia e no "mix" de impostos.
Relvas frisou que é possível mexer nos impostos sem aumentar a carga fiscal, nomeadamente através da estruturação do IVA, um imposto sobre o consumo que, segundo disse, permite taxar mais alto alguns produtos actualmente incluídos na taxa reduzida, como por exemplo a cerveja.
"Também aí temos que fazer uma avaliação, porque os impostos podem e devem ser justos na sua aplicação", afirmou, sublinhando que a estruturação do IVA está prevista no acordo assinado com a 'troika' União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Instado a esclarecer se a expressão "pau de cabeleira", usada pelo líder do partido, Pedro Passos Coelho quando se referiu à formação de um próximo Governo, se referia ao CDS, Relvas apenas frisou que "a 05 de Junho não se podem desperdiçar votos" e que a opção é "entre dois projectos distintos".
"Quem quer continuar o actual caminho da bancarrota tem um rosto, o rosto do descalabro, o do senhor engenheiro José Sócrates. Quem quer mudar de vida, abraçar outro projecto, só tem uma alternativa", que é votar no PSD, disse.
Além da apresentação da lista de candidatos a deputados por Santarém, Relvas anunciou o mandatário político da candidatura, o presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP).
José Eduardo Carvalho elencou as cinco razões que o levam a apoiar a lista liderada por Relvas, realçando o conhecimento que este tem do distrito, o seu perfil "consensual, abrangente e disponível", a atuação "pragmática" quando foi governante e a convicção de que saberá novamente encontrar maneira de a região continuar a ter acesso a fundos comunitários depois de 2013.
O ex presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém referiu ainda a necessidade da chegada de uma nova geração à liderança do país, "uma geração corajosa, sem dependências corporativas, que permita relançar o futuro".
O presidente da câmara municipal de Santarém, Francisco Moita Flores (independente eleito pelo PSD), deu o seu apoio "incondicional" ao programa de Governo apresentado domingo pelo partido.
Depois de sublinhar que não se sente obrigado a apoiar o partido que o suportou eleitoralmente, Moita Flores disse que só tomou posição em relação ao próximo ato eleitoral depois de conhecer os vários programas de Governo, confessando-se rendido por "pela primeira vez estar perante um projeto de vida coletivo", que se preocupa com o país e não com o partido.