Qimonda: Trabalhadores voltam a manifestar-se em Dresden para pressionar responsáveis políticos
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Berlim, 14 Fev (Lusa) - Os trabalhadores da principal fábrica da Qimonda, em Dresden, manifestam-se na quarta-feira no centro da capital da Saxónia, junto à sede do governo regional, "para manter a pressão sobre os responsáveis políticos", disse à Lusa fonte sindical.
É a segunda manifestação dos trabalhadores da Qimonda de Dresden em defesa dos postos de trabalho em pouco mais de duas semanas, depois da declaração de falência do fabricante de semi-condutores, a 23 de Janeiro.
"Não há nada de substancialmente novo, mas à medida que se aproxima o fim do prazo para encontrar um investidor os trabalhadores vão ficando mais preocupados", disse à Lusa Bernd Kruppa, porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos (IG Metall), que convocou o protesto, em conjunto com a comissão de trabalhadores da Qimonda Dresden.
"O nosso objectivo, além de apelar aos responsáveis políticos, é também alertar para as consequências do desaparecimento na Europa da indústria de semi-condutores", acrescentou Kruppa.
Desta vez não participará na manifestação qualquer representante da Qimonda de Vila do Conde, como sucedeu há duas semanas, no primeiro protesto em Dresden, que reuniu a quase totalidade dos 3300 trabalhadores das Qimonda local.
"Agora estamos é à espera que aconteça também qualquer coisa em Vila do Conde", sublinhou o porta-voz do IG Metall.
A Qimonda declarou falência depois de um financiamento de 325 milhões facultado pelao Estado da Saxónia, Portugal e pelo principal accionista, a Infineon, se ter revelado insuficiente para fazer face aos compromissos.
O gestor judicial nomeado pelo Tribunal Administrativo de Munique, Michael Jaffé, já anunciou que a Qimonda terá de encerrar, se até finais de Março não for encontrado um investidor.
O ministro-presidente da Saxónia, Stanislav Tillich, disse na semana passada à imprensa alemã que "de facto há um interessado" em adquirir a Qimonda, sem revelar qualquer nome.
Em carta aberta ao ministro-presidente da Baviera, Horst Seehofer, os trabalhadores da Qimonda na Alemanha solicitaram-lhe que interceda a favor da empresa na Baviera, onde está a sede, com 1.600 trabalhadores, mas também na Alemanha e na União Europeia.
"A Qimonda não é um grande buraco negro, onde o dinheiro desaparece, mas sim uma empresa com substância tecnológica", afirma-se na missiva.
O representante de um grupo empresarial alemão, que quis manter o anonimato, esteve reunido na quarta-feira em Portugal com o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, e com a administração local da Qimonda.
Posteriormente foi anunciado que dentro de três semanas o grupo em questão fará uma proposta de compra da empresa.
FA.
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