O presidente da REN disse esta segunda-feira, a propósito do processo de privatização, que a empresa prefere parceiros estratégicos que apoiem a internacionalização e admitiu que a sua administração tem sido ouvida no processo de alienação da fatia do Estado.
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"É importante que a escolha do parceiro ou parceiros traga à empresa benefícios no domínio do seu crescimento e da sua internacionalização", afirmou Rui Cartaxo na apresentação de resultados da empresa.
O lucro da Redes Energéticas Nacionais (REN) subiu 20,7 por cento nos primeiros nove meses do ano face ao mesmo período de 2010 para 95,6 milhões de euros, enquanto o resultado líquido recorrente (expurgado de tudo o que é extraordinário e por isso mais comparável) cresceu 11,8 por cento para 99,2 milhões de euros.
No entanto, o responsável mostrou-se "tranquilo" por o Governo não estar a pensar apenas nas receitas que poderá arrecadar com a privatização dos 51 por cento do capital do Estado na REN, mas também na estratégica empresarial da empresa.
"Sabemos que além da questão preço, o Governo está a ponderar o fator vantagem estratégica e aqui tem envolvido a gestão da empresa", afirmou.
Segundo Rui Cartaxo, além de a administração da REN estar a ser consultada no âmbito do processo privatização, o próprio decreto-lei que estabelece as regras da privatização da empresa "prevê que a REN se pronuncie sobre potenciais parceiros estratégicos que entrem no capital".
Ainda na apresentação de resultados, o presidente da REN disse esta segunda-feira que a existência de quatro propostas para a privatização da empresa demonstra a atractividade desta e confirmou o interesse da chinesa State Grid.
Quantos aos limites à participação de capital estratégico, que segundo um diploma de 2006 impede as empresas energéticas de deterem mais de cinco por cento do capital da REN, Rui Cartaxo disse que, de acordo com o decreto-lei que foi conhecido a semana passada, os "novos limites ainda não estão estabelecidos" e afirmou que tal deverá ser feito por uma "resolução do Conselho de Ministros".
Admitindo que a REN deverá ser ouvida no estabelecimento desses limites, Rui Cartaxo não quis no entanto adiantar qual a opinião que a empresa dará ao Estado.