A reparação naval é uma das soluções para a viabilização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, disse fonte da empresa à Agência Lusa, adiantando que foram reparados cerca de 60 navios em seis meses.
Corpo do artigo
Segundo números avançados à agência Lusa por fonte dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), entre Março e Junho deste ano a empresa recebeu 52 navios para operações de reparação.
"Até Agosto já são cerca de 60 navios", explicou a mesma fonte, sublinhando a importância desta actividade numa altura em que, fruto da crise internacional, as encomendas de navios novos caíram cerca de 90% em todo o mundo.
Na quinta-feira, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, decidiu adiar até Outubro uma decisão final sobre os ENVC, actualmente com um passivo de 240 milhões de euros.
A decisão foi justificada pela Empordef com a necessidade de estudar três novos projectos de investimento, quatro parcerias possíveis e seis propostas de carteira comercial para construção e reparação de navios.
Face à falta de encomendas para construção, os ENVC já facturaram mais com a reparação naval do que com a actividade principal da empresa em 2010.
No ano passado passaram pelas docas da empresa 41 navios e, segundo dados oficiais da empresa, cada reparação representou uma facturação média de 320 mil euros.
Só em reparação naval, o volume de negócios dos ENVC em 2010 foi de 13 milhões de euros, valores que a administração assumiu, no Relatório e Contas, como "muito positivos", atendendo "à crise generalizada".
No ano passado, a construção naval propriamente dita rendeu pouco mais de sete milhões de euros, mas na reparação naval foi o terceiro melhor de sempre para a empresa, sobretudo para o mercado alemão.
Uma das propostas para o futuro dos ENVC prevê a reconversão parcial para receber mega-iates em operações de reparação e adaptação, e foi apresentada por parceiros portugueses e europeus da área.