Cerca de 500 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo partiram, esta sexta-feira de manhã, para Lisboa, onde vão promover uma marcha de 1700 metros até à porta da Empordef defendendo a viabilidade da empresa.
Corpo do artigo
A liderar uma comitiva de oito autocarros e 450 trabalhadores, que partiram pelas 07.50 horas da porta principal dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), seguia António Barbosa. O coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) não escondia a satisfação com as anunciadas "soluções possíveis" para a viabilização dos estaleiros.
"Há dois meses e meio só haviam dois cenários: A insolvência ou, para manter a porta aberta, a dispensa de mais de 50% dos trabalhadores. Afinal, esta administração da Empordef diz que há outras soluções", desabafava António Barbosa, acrescentando que "a administração anterior devia ter trabalhado nas soluções e não pensar logo em despedir".
Em Lisboa, a marcha deverá iniciar-se às 14.00 horas, com os trabalhadores a percorrerem a pé o trajecto entre a rotunda do Saldanha e a rua Braamcamp, sede da Empordef, onde, à mesma hora, aquela holding pública accionista único da empresa, reúne em assembleia-geral.
A reunião serviria para definir o futuro dos ENVC, actualmente com um passivo acumulado de 240 milhões de euros. No entanto, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, decidiu adiar a decisão até Outubro, face ao interesse de três novos projectos de investimento e quatro parcerias possíveis.
Por este motivo, explicou fonte do ministério da Defesa, esta assembleia-geral será apenas uma "formalidade jurídica" e até à decisão final "todos os 720 postos de trabalho" estão "salvaguardados".
"Vamos para Lisboa mais satisfeitos porque em Junho a imagem que a anterior administração passou é que praticamente não havia salvação e tinham de sair 380 trabalhadores. Agora ficámos a saber que há soluções e interessados", apontou à Agência Lusa António Barbosa.
O porta-voz da Comissão de Trabalhadores espera ser recebido pela administração da Empordef para apresentar "outras soluções" para a viabilização dos ENVC.