Os passageiros dos transportes públicos começam, esta terça-feira, a sentir os efeitos da greve geral de quarta-feira, que deverá ter "uma adesão praticamente total", de acordo com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
Corpo do artigo
"Estamos a antever uma paralisação praticamente total no setor dos transportes públicos e também uma forte adesão nas empresas do setor privado", disse, esta terça-feira, à Lusa o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira.
Em declarações à Lusa, o dirigente sindical defendeu que "na greve geral de quarta-feira, haverá uma adesão superior à habitual do setor privado", uma vez que "começa a sentir o efeito das medidas de austeridade, nomeadamente a redução do pagamento do trabalho extraordinário".
"Pensamos que quarta-feira vai ser um dia muito complicado", declarou, referindo-se ao dia da greve geral, convocada pela CGTP contra as medidas de austeridade, previstas no Orçamento do Estado para 2013 (OE2013), em defesa de medidas de crescimento económico.
A UGT decidiu não aderir à paralisação por considerar que era movida por razões político-partidárias, mas as estruturas sindicais da UGT emitiram pré-avisos de greve para quarta-feira em protesto contra as consequências do OE2013 e também no âmbito de uma jornada de luta convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos para a mesma data.
CP -- Comboios de Portugal
A CP prevê a supressão da maioria dos comboios na quarta-feira, esperando-se atrasos e supressões esta terça-feira ao final da tarde e na quinta-feira, no período da manhã.
De acordo com os serviços mínimos, fixados pelo Tribunal Arbitral, realizam-se 9% dos comboios urbanos de Lisboa e 12,5% dos comboios urbanos do Porto.
Também nas ligações regionais, apenas deverão realizar-se 11% dos comboios habituais.
A oferta é ainda menor nas ligações do longo curso, tendo cindo decretados como serviços mínimos apenas dois comboios (Lisboa-Guimarães-Lisboa).
Os serviços internacionais Sud Expresso e Lusitânia Comboio Hotel não se realizarão nos três dias.
Metro de Lisboa
O Metro de Lisboa paralisa, esta terça-feira, às 23.20 horas para voltar a circular às 6.30 horas de quinta-feira.
Metro do Porto
O Metro do Porto vai ter a circulação condicionada ao centro da rede e com horário restrito, mas de acordo com a empresa está assegurada a operação nos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e parte de Matosinhos, correspondendo a cerca de 80% da procura habitual em dia útil.
Na quarta-feira, está assegurado o serviço na Linha Amarela (D), entre o Hospital de S. João e Santo Ovídio, e entre a Estação da Senhora da Hora e a Estação do Estádio do Dragão, no tronco comum às linhas Azul (A), Vermelha (B), Verde (C), Violeta (E) e Laranja (F), mas apenas entre as 7 e as 21 horas.
Esta terça-feira, após as 22 horas, podem começar a fazer sentir-se alguns efeitos da greve geral.
Carris
Na quarta-feira, vão circular metade das ligações habituais de 11 carreiras (703, 735, 736, 738, 742, 744, 751, 758, 759, 760, 767), de acordo com os serviços mínimos decretados.
STCP -- Sociedade de Transportes Coletivos do Porto
O Tribunal Arbitral fixou o funcionamento de 10% da totalidade da rede diurna e noturna como serviços mínimos da STCP para quarta-feira bem como o funcionamento das linhas adstritas à rede de madrugada 1M, 4M, 5M, 7M e 10M.
Transtejo
O serviço da Transtejo/Soflusa vai estar limitado aos serviços mínimos que representam cerca de 15% das ligações fluviais habituais.