A remuneração média salarial teve um aumento maior nas Pequenas e Médias Empresas do que nas sociedades de grande dimensão entre 2008 e 2012, indicam os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Corpo do artigo
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), as sociedades de grande dimensão registaram uma subida de 1,4% na remuneração média mensal durante o período em análise, enquanto nas Pequenas e Médias Empresas (PME) a evolução registada foi de 5,7% durante esses quatro anos.
Esse facto "poderá estar parcialmente associado ao aumento do salário mínimo nacional de 426 euros em 2008 para 485 euros a partir de 2011, com maior impacto nas sociedades que praticavam salários mais baixos", nota o instituto, que divulga, esta sexta-feira, um destaque sobre a evolução das empresas portuguesas não financeiras entre 2008 a 2012 e os efeitos que estas sentiram com a crise.
As sociedades de grande dimensão, às quais o INE dá uma atenção maior nesta análise, são empresas com pelo menos 250 trabalhadores ou que registam um volume de negócios superior a 50 milhões de euros e um ativo líquido de mais de 43 milhões de euros.
O instituto analisa também a distribuição da remuneração média mensal em 2012, para concluir que "25% das sociedades de grande dimensão pagavam uma remuneração média inferior a 832 euros (mais 68 face a 2008) enquanto os 25% com remunerações médias mais elevadas pagavam mais de 1751 euros (menos 76 face a 2008)".
Em suma, os salários tiveram tendência para aumentar mais nas empresas de remunerações inferiores, tanto nas sociedades de maior dimensão como nas PME, sublinha.
Já no que respeita à produtividade aparente do trabalho (valor acrescentado bruto a dividir pelo pessoal ao serviço), as maiores empresas apresentam níveis que são quase o dobro das restantes, com uma evolução menos negativa nos quatro anos desta análise.
"A distribuição da produtividade aparente do trabalho evoluiu de forma oposta nas sociedades de grande dimensão e nas PME, notando-se uma deslocação da curva de distribuição para cima nas primeiras e para baixo no caso das PME", refere o instituto.
Por outro lado, Portugal é um dos países europeus onde as sociedades de grande dimensão têm menos importância para o valor acrescentado bruto (VAB) gerado, indicam também os dados divulgados pelo INE.
"Em 2011, na União Europeia (28 países), as grandes empresas representavam 42,1% do VAB gerado, com Portugal a apresentar uma importância abaixo da média", nota o INE.
Entre os países europeus com dados disponíveis relativos a 2011, é o Reino Unido que lidera no que respeita ao peso das grandes empresas no VAB total (49,4%), seguido pela Polónia (49,1%) e Hungria (46,3%).
Em Espanha, a importância do VAB gerado pelas sociedades de grande dimensão para o valor total é também "claramente superior ao de Portugal", com uma percentagem de 38,6%, destaca o INE.
Aliás, abaixo de Portugal nesta tabela ficam apenas a Estónia (26,3%), a Noruega (28,7%) e o Luxemburgo (30,6%).