O segundo dia de audições da comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo fechou com novo alongar nas audições, com destaque para as cerca de seis horas despendidas a ouvir o presidente da CMVM.
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O dia arrancou pelas 09.00 horas com a audição do presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), José Almaça, que se prolongou até cerca das 13.00 horas.
Após duas horas de pausa, foi a vez do presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, falar perante os deputados da comissão, tendo arrancado a audição pelas 15.10 horas e sido inquirido até cerca das 21.20 horas.
Já na segunda-feira, dia um de audições, os trabalhos se prolongaram até depois das 21.00 horas.
Na quarta-feira, serão ouvidos na comissão parlamentar o antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos (PS) e a atual titular da pasta, Maria Luís Albuquerque.
A comissão terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
A 3 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.