O secretário geral do PS, António José Seguro, reclamou, esta sexta-feira, do Governo a criação de um plano nacional de emprego para combater os números recordes do desemprego em Portugal, sobretudo dos jovens.
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O líder socialista escusou-se a comentar o "espanto" revelado pelo presidente da República com a taxa de desemprego dos jovens portugueses que atingiu os 35%, afirmando apenas que "há muito tempo" que ele próprio anda a chamar a atenção para o problema.
"É a altura de o Governo apresentar as suas propostas e criar um plano nacional do emprego que, neste momento de crise, preserve os postos de trabalho que existam e, sobretudo, dê resposta a este flagelo social que se expressa no facto de mais de um milhão e duzentos mil portugueses estarem sem emprego", declarou aos jornalistas.
António José Seguro falava, em Freixo de Espada à Cinta, no final do primeiro dia do roteiro que vai fazer por oito distritos do interior do país, e lembrou que desde que foi eleito secretário-geral do PS que tem vindo a "chamar a atenção do Governo para a necessidade de haver medidas concretas que promovam o emprego e em particular o emprego para os jovens portugueses".
O líder socialista sublinhou que o que considera "importante é que o país e, em particular o Governo, compreenda que o drama do desemprego é, neste momento o maior drama que atinge os portugueses e, em particular, os jovens e os desempregados de longa duração".
"E eu que iniciei, neste momento o roteiro pelo interior de Portugal, também aqui constato a necessidade de promover o desenvolvimento e o crescimento económico como fator para preservar o emprego, para criar postos de trabalho, porque só isso é que fixa as populações e sobretudo os jovens", observou.
Seguro insistiu que nesta matéria existe "uma divergência muito grande" entre ele e o primeiro-ministro, "que considera que a receita para sair da crise deve ser toda do lado da austeridade".
"E, por isso, vai somando austeridade à austeridade e os indicadores económicos e sociais estão aí: mais desemprego, o nível mais elevado de desemprego na sociedade portuguesa e uma queda da economia", acrescentou.
António José Seguro disse que, enquanto líder da oposição, a sua responsabilidade é "apresentar alternativas", afirmando que o tem feito, nomeadamente propondo a criação de uma linha de crédito de cinco mil milhões de euros para as Pequenas e Médias Empresas e a reprogramação das verbas do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
Lembrou ainda medidas de incentivo de anteriores governos socialistas como a redução das taxas de IRC para as empresas sedeadas no interior do país que foi eliminada por imposição da troika.
"Mas eu não cruzo os braços e na reunião que tive com a troika propus exatamente que essa medida pudesse ser recuperada porque é uma forma de atrair investimento privado para o interior", declarou.