O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, revelou, esta terça-feira, no Parlamento que houve sete entidades que apresentaram propostas não vinculativas para a compra do Novo Banco, sem especificar a sua identidade.
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O responsável lançou esta informação durante a sua intervenção inicial no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao caso Banco Espírito Santo (BES)/Grupo Espírito Santo (GES).
"O Banco de Portugal encontra-se atualmente a analisar estas propostas", sublinhou Carlos Costa, acrescentando que irá agora fazer a sua avaliação e consequente passagem à fase seguinte do processo de venda do Novo Banco.
"A nova base acionista do Novo Banco, que será uma base acionista estável, será conhecida no verão", vincou, sendo certo que das 17 instituições que participaram na primeira fase e das 15 que foram avalizadas pelo supervisor para passar à segunda fase, apenas sete formalizaram esse interesse.
O governador não abriu o jogo relativamente ao nome das sete entidades, dando apenas a entender que são oriundas de diferentes países. "Não posso dizer nada sobre as entidades, porque isso faz parte das regras do jogo", afirmou, acrescentando apenas que "há várias geografias" no lote de interessados.
Segundo Carlos Costa, entre a lista de instituições que passaram para a próxima fase do processo de venda há garantias de virem a enriquecer o sistema financeiro português, logo, "a sua idoneidade e capacidade". E realçou: "O sistema financeiro português ficará beneficiado".
O líder do supervisor bancário sublinhou ainda que, caso o futuro dono do Novo Banco seja uma "entidade sem presença em Portugal", tal vai permitir "minimizar o impacto social e assegurar os níveis de concorrência".
Apesar de existirem informações na comunicação social dando conta de nomes de diferentes entidades terem apresentado propostas não vinculativas para a compra do Novo Banco, até ao momento, em termos oficiais, apenas é conhecido neste lote o banco espanhol Santander, que apresentou na passada sexta-feira a sua oferta e a assumiu publicamente através de declarações prestadas à comunicação social.
No final do ano passado, a entidade que já opera em Portugal através do Banco Santander Totta tinha formalizado a manifestação do seu interesse na aquisição do Novo Banco, a entidade resultante da medida de resolução aplicada ao BES no verão do ano passado.
Além do Santander, segundo notícias surgidas ultimamente na comunicação social, estão na corrida o Banco BPI, o Banco Popular, o BBVA, os chineses Bank of China e Fosun e a gestora norte-americana de 'private equity' Apollo Global Management.
A "atratividade da oferta financeira", leia-se, o melhor preço, é o principal critério de escolha entre as propostas que forem apresentadas para a compra da instituição agora liderada por Eduardo Stock da Cunha.
O segundo critério mais valorizado para a escolha do comprador será a sua disponibilidade para comprar a totalidade dos ativos colocados à venda, seguindo-se-lhe os planos estratégicos e de desenvolvimento apresentados para o Novo Banco, e o impacto geral da operação na concorrência e estabilidade do setor em Portugal.
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.