O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Ferroviário acusou a CP de estar a violar a lei da greve, referindo-se ao protesto dos funcionários da empresa, agendado para o feriado do 5 de outubro.
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Contactado pela agência Lusa, José Manuel Oliveira, dirigente deste sindicato, explicou que a administração da CP terá enviado cartas aos trabalhadores para garantir os serviços mínimos na sexta-feira, uma iniciativa que é "ilegal", citando um acórdão do Colégio Arbitral.
"O próprio acórdão [do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social] diz que há um conjunto de serviços [mínimos a garantir], desde que não haja outros transportes alternativos. Ora, não se prevê que a Carris e o Metro de Lisboa não estejam a funcionar normalmente [nesse dia]. Depois, [a empresa] só o poderia fazer 24 horas antes" do dia da greve, afirmou José Manuel Oliveira.
Contactada pela Lusa, fonte da administração da CP remeteu esclarecimentos para esta terça-feira.
A circulação de comboios vai sofrer várias perturbações ao longo desta semana, devido à greve convocada por vários sindicatos contra as medidas de austeridade e as alterações ao Código de Trabalho.
De acordo com as previsões da CP, entre hoje e quarta-feira, devem realizar-se mais de 50% dos comboios dos serviços Alfa Pendular e Intercidades e apenas 25% destas ligações de longo curso na quinta-feira.
No dia 5 de outubro, em que se comemora a Implantação da República, a greve dos trabalhadores da CP será total, contra as alterações introduzidas pela revisão ao Código do Trabalho, que contemplam uma redução de 50% no valor pago por trabalho em dia feriado.
Num comunicado emitido no domingo, a CP refere que no feriado de 5 de Outubro, dia em que a greve é geral, "é expectável a supressão da larga maioria dos comboios a nível nacional, prevendo-se apenas a realização dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral".