O Norte foi a região que mais contribuiu para o recuo do desemprego quando se compara o pico da crise com o ano passado. No final de 2012, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tinha registo de 710 652 desempregados inscritos.
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Seis anos depois, em 2018, aquele indicador tinha caído 52%, sendo o Norte responsável por 44% desse recuo no continente (excluindo ilhas). Vila Nova de Gaia pontificou esse movimento, ao eliminar 16 556 desempregados, mais do que a região do Algarve ou do Alentejo naquele período.
Os dados do IEFP mostram que nunca houve tantos desempregados como em 2012. No final de 2018, os centros de emprego tinham já menos 371 617 inscritos comparativamente ao pior ano de que há registo. Uma tendência de baixa que foi ontem confirmada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que usa outro método para medir o fenómeno. No conjunto do ano, o INE refere uma taxa de desemprego de 7%, recuando 1,9 pontos percentuais relativamente a 2017.
Gaia era e continua a ser o concelho com mais desempregados, sendo igualmente o terceiro município do país com mais população residente (quase 300 mil habitantes), a seguir a Lisboa e Sintra. Os dados concelhios do IEFP mostram que Gaia protagonizou a maior descida, entre 2012 e 2018, em termos absolutos, superando mesmo o desempenho de regiões inteiras, casos do Algarve (queda de 15 922 desempregados) e do Alentejo (menos 15 498). "A descida do número de desempregados é um indicador que muito nos satisfaz, mesmo sabendo que este é um caminho longo que continua a exigir o maior empenho por parte do município", refere Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia.
"Criámos o programa Mais Investimento, Mais Emprego, que inclui incentivos fiscais à criação de emprego, através da isenção de taxas e da Via Verde para as empresas. Disponibilizámos terrenos a baixo custo para a instalação de empresas, nomeadamente em São Félix da Marinha e criámos o Centro de Formação Profissional, hoje o terceiro maior da Região Norte e o quinto do país em número de formandos", explica.
Águeda foi o concelho que mais diminuiu proporcionalmente o desemprego (menos 73%), partilhando esse estatuto com Paredes de Coura, no Norte. "Nos últimos anos, muitas fábricas ampliaram a capacidade de produção e novas unidades fixaram-se. É o caso da Triangles e da indiana Sakthi. O concelho tem cerca de 5500 empresas, das quais 750 estão ligadas à indústria transformadora", refere Jorge Almeida, presidente da Câmara de Águeda, município que no ano passado tinha 780 desempregados, menos 2031 do que em 2012, numa população de 46 467 residentes.
Evolução geral
De acordo com o INE, a população desempregada foi de 365,9 mil pessoas, diminuindo 20,9% (96,9 mil) em relação ao ano anterior, enquanto a população empregada, 4,866 milhões de pessoas, aumentou 2,3% (110,1 mil).
Jovens
A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) situou-se em 20,3% em 2018, tendo a proporção de desempregados de longa duração sido 51,1%, menos 6,4 pontos percentuais do que no ano transato e registando o quarto decréscimo consecutivo após o valor máximo atingido em 2014 (65,5%).