Sócrates evita questão sobre a hipótese Manuel Pinho para governador do Banco de Portugal
O primeiro ministro garantiu hoje que o Governo nomeará para governador do Banco de Portugal (BdP) "alguém à altura da reputação e importância" desse cargo, escusando-se a comentar "rumores" de que o escolhido será o ex-ministro Manuel Pinho.
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José Sócrates respondia ao deputado do CDS Telmo Correia, que durante o debate sobre o Orçamento do Estado, afirmou que, na sequência da candidatura do governador do BdP à vice-presidência do Banco Central Europeu, "tem aparecido o nome do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho" para sucessor neste cargo.
Uma hipótese que, para os democratas cristãos, "seria, por razões institucionais, um erro absoluto".
Telmo Correia questionou o primeiro ministro sobre se está disposto a discutir o perfil para essa função?
"Está disposto a dar ao Parlamento garantias de que o perfil será rigorosamente isento, rigorosamente apartidário, sólido na política financeira e na política monetária e com capacidade de exercer essa função com prudência e com sobriedade?", perguntou o deputado do CDS.
Na resposta, ouviu um conselho: "Senhor deputado, não ligue a rumores", disse José Sócrates, que se escusou a comentar rumores e boatos.
"A nomeação do governador do Banco de Portugal vai ser feito nos termos da lei. Se o senhor deputado pretende com essa intervenção participar nessa escolha, desculpe, mas isso é só para quem está no Governo, que é assim que a lei diz", afirmou, garantindo que o Executivo escolherá "à altura da reputação e da importância e com o currículo que esse cargo exige".
Ainda na fase de pedidos de esclarecimento, o primeiro ministro respondeu a questões do CDS e do PCP sobre o endividamento de 129 milhões autorizado no ano passado para a Madeira, que teve o apoio do PS, ao contrário das alterações à Lei das Finanças Regionais aprovadas na semana passada pela oposição.
"Aquilo que foi votado no orçamento rectificativo relativamente ao endividamento da Madeira é muito diferente do que o que foi votado na lei das Finanças Regionais", disse José Sócrates.
"O que aqui foi votado foi permitir o endividamento já feito. Agora estamos a autorizar um endividamento para o futuro", disse, sublinhando que "ninguém em Portugal aceita e pode concordar com uma lei tão injusta e tão despropositada como a lei das finanças regionais".