A taxa de poupança das famílias no ano terminado em Junho subiu 1,6 pontos percentuais para 8,6 por cento, face ao valor observado no ano acabado em Março, segundo o INE.
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"A evolução da poupança, aliada à redução do investimento, contribuiu para um aumento da capacidade de financiamento das famílias, que atingiu os 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)", de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No ano acabado no primeiro trimestre deste ano, a capacidade de financiamento das famílias correspondia a 1,8 por cento do PIB.
Esta evolução, em conjunto com redução da necessidade de financiamento do conjunto dos sectores das sociedades (Financeiras e Não-financeiras), contrariou o agravamento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas (de 4,3 por cento para 6,9 por cento) entre os dois períodos, refere o INE.
Resultou ainda numa redução da necessidade de financiamento externo da economia, de 10,4 por cento para 9,3 por cento do PIB, acrescenta.
De acordo como INE, os principais contributos para a recuperação do rendimento disponível das famílias foram, por um lado, a acentuada redução nos impostos sobre o rendimento (de 12,5 por cento) e, por outro, o aumento substancial do saldo entre as prestações sociais recebidas e contribuições sociais pagas (12,7 por cento).
"Estes contributos mais do que compensaram o abrandamento na evolução das remunerações e a redução dos rendimentos de propriedade", destaca.
No sector das Administrações Públicas, refere, o aumento da necessidade de financiamento "resulta de um nível superior de despesa, mas, sobretudo, de um menor volume de receitas", acompanhado de uma subida do investimento.
Do lado das receitas, o INE salienta a redução da receita fiscal, com o IVA a apresentar uma descida nominal de 5,8 por cento e os impostos sobre o rendimento a baixarem 11,4 por cento.
Quanto às despesas, o INE destaca o aumento das prestações sociais.