O ministro das Finanças afirmou desconhecer o fundamento que levou o presidente do PSD a admitir que poderá não haver dinheiro para pagar aos funcionários públicos, contrapondo que os dados da execução orçamental são "francamente positivos".<br />
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Teixeira dos Santos falava em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros que aprovou o conjunto de diplomas referentes às medidas de austeridade.
Numa conferência na Universidade Católica do Porto, o presidente do PSD afirmou que não estará "longe o dia" em que o Estado não terá dinheiro para "pagar aos funcionários", dizendo que sofre de "miopia grave" quem considera irrelevante a revisão da Constituição.
"Quantos mais juros pagarmos por aquilo que pedimos emprestado, menos conseguimos ter liberdade para gastarmos naquilo que é preciso. E então chegamos ao fim do mês, e os administradores dos hospitais, os reitores das universidades públicas, começam a cortar naquilo que já é relevante. E chega mesmo a um dia em que já não têm dinheiro para pagar aos professores, aos médicos, aos enfermeiros", avisou Pedro Passos Coelho.
Confrontado com esta posição do líder social democrata, o ministro de Estado e das Finanças afirmou desconhecer o seu fundamento.
"Tem havido - e continuará a haver - dinheiro para pagar aos funcionários públicos e é nesse sentido que temos vindo a gerir as nossas finanças públicas. O nosso objectivo é precisamente assegurar a sustentabilidade do Estado e das políticas sociais, razão pela qual se fizeram reformas na Segurança Social e na administração pública", respondeu.
"Hoje será publicado o boletim da Direcção-Geral do Orçamento e, em matéria de execução orçamental, verifica-se que a despesa acumulada até Abril se reduz e que a receita acumulada até igual período tem um crescimento francamente positivo, acima até do esperado no Orçamento até final de abril", acrescentou.