O antigo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, considerou, esta manhã de sexta-feira, em Braga, que um segundo resgate está pendente do cumprimento, ou não, do Orçamento do Estado que o Governo vai apresentar a 15 de outubro. "Portugal está a pisar gelo muito fino. Os riscos de um segundo resgate são sérios", alertou.
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"Portugal está a pisar gelo muito fino. Os riscos de um segundo resgate são sérios. A batalha não está vencida. Os mercados têm comportamentos imprevisíveis e as evoluções podem ser inesperados. Podemos ser arrastados para uma situação complicada. Oxalá que não. O Orçamento que vai ser apresentado vai ser uma peça decisiva nessa avaliação", considerou Teixeira dos Santos, que participou numa conferência na Universidade do Minho, esta sexta-feira.
Portugal terá que continuar a fazer esforços, defendeu. "Os que foram feitos até agora não tiveram pleno sucesso e este esforço terá que ser prolongado", frisou o antigo ministro das Finanças, para quem a Europa tem culpa na situação que Portugal, Grécia e Irlanda caíram.
"A Europa não estava e nem está preparada para esta crise. Não há um quadro europeu que permite aliviar esta situação e Portugal, juntamente com a Irlanda e Grécia, estão sozinhos", explicou Teixeira dos Santos, que defende a criação de federação económica europeia. "Há instrumentos de política monetária, mas não há instrumentos de política orçamental na Europa. Esta situação ajudava a suportar e apoiar o crescimentos dos países", concluiu.