TikTok aceita venda a investidores norte-americanos para evitar proibição nos EUA

Acordo deverá estar finalizado até 22 de janeiro, um dia antes do prazo dado ao Departamento de Justiça para suspender as operações do TikTok nos EUA
Foto: Saeed Khan / AFP
O TikTok chegou a acordo para vender as suas operações nos EUA a uma "holding" liderada por investidores norte-americanos, de forma a continuar a operar legalmente no país.
O memorando, divulgado por Shou Chew, CEO da ByteDance, empresa chinesa que detém a popular plataforma de vídeo, indica que a nova "joint-venture" (empreendimento conjunto, em português) que assumirá as operações do TikTok nos EUA terá como acionistas maioritários a gigante das tecnologias de informação Oracle, a empresa de private equity Silver Lake e o fundo de investimento estatal dos Emirados Árabes Unidos, MGX.
Estas três entidades deterão 45% das ações, enquanto aproximadamente 33% serão detidas por subsidiárias dos principais investidores da ByteDance, que manterão o controlo de cerca de 18% das restantes ações.
O documento indica que o acordo deverá estar finalizado até 22 de janeiro, um dia antes do prazo dado ao Departamento de Justiça para suspender as operações do TikTok nos EUA caso não seja estabelecida uma nova empresa suficientemente independente da ByteDance, conforme estipulado por uma lei aprovada pelo Congresso norte-americano em 2024.
A lei refere razões de segurança nacional e especifica que a ByteDance não deve ter acesso aos servidores que armazenam os dados dos utilizadores da popular aplicação de vídeos curtos.
Após regressar ao poder em janeiro, o presidente norte-americano, Donald Trump, adiou repetidamente a implementação da lei para que a sua administração pudesse negociar a venda das operações do TikTok nos EUA.
No final de setembro, Washington e Pequim, após uma série de reuniões que abordaram também a guerra comercial entre as duas potências, anunciaram um acordo-quadro para a transação.
Trump não anunciou uma prorrogação para o TikTok para além de 16 de dezembro, mas assinou uma ordem executiva em 25 de setembro que limitou a atuação do Departamento de Justiça até 23 de janeiro.
Nas últimas semanas, a falta de progressos em relação a um acordo, principalmente porque nem a ByteDance nem as entidades reguladoras na China tinham confirmado publicamente qualquer acordo, levou muitos a acreditar que tudo estava em suspenso.
