A Comissão de Trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto considerou que a concessão da empresa, aprovada, esta quinta-feira pelo Governo, é um "negócio ruinoso" para o Estado e para a população.
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"Não acreditamos que uma empresa privada vá prestar um serviço social de qualidade e a um preço justo", referiu à agência Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores da STCP, Pedro Silva.
O dirigente lamentou ainda o facto de os trabalhadores terem ficado "à margem" de todo o processo de concessão da empresa, realçando que toda a informação que têm é através da comunicação social.
"Lastimamos que o Governo e o Conselho de Administração da empresa não cumpram a lei que diz que a comissão de trabalhadores deve estar presente nos processos de restruturação", disse.
Pedro Silva adiantou ter interpelado "diversas vezes" a tutela, mas nunca conseguiu "qualquer" informação.
Dizendo-se apanhado de surpresa pelo anúncio do Governo, o coordenador realçou que vai ver o que pode ainda ser feito para proteger o interesse das populações e dos trabalhadores.
Na próxima terça-feira, 22 de julho, a Comissão de Trabalhadores da STCP vai realizar uma ação de rua junto das pessoas, alertando-as para as "desvantagens" da privatização.
O Governo iniciou, esta quinta-feira, um concurso para a concessão a privados da STCP e do Metro do Porto, sem oferecer indeminizações compensatórias, exigindo garantias de serviço público e limitando o aumento de tarifas à inflação.
Segundo o ministro da Economia, António Pires de Lima, o executivo espera poupar 13,5 milhões de euros em indeminizações compensatórias com estas concessões em 2015, às quais se somarão 43 milhões com as concessões dos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa.
A concessão será por um mínimo de sete anos e um máximo de dez, adiantou o ministro.
Já o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, deu a garantia de que "não haverá nenhuma subida de tarifas para lá da inflação".
O Governo espera concluir o processo de concessão dos transportes do Porto entre novembro e dezembro e prevê lançar o processo relativo aos transportes de Lisboa dentro de dois meses e concluí-lo no início de 2015.