Trabalhadores do Estaleiros de Viana lamentam falta de vontade política para resolver situação
A comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo disse, esta quarta-feira, não admitir o encerramento da empresa e considerou que tem havido "falta de vontade política" do Governo para "resolver os problemas".
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"Não valorizamos essa situação [encerramento], da nossa parte o que está em cima da mesa é a viabilização dos ENVC e isso não passa só pela reprivatização, mas por o Governo entender [que tem de] por em prática uma administração que no futuro tenha uma visão empresarial e que ponha os estaleiros a trabalhar e a vender navios por esse mundo fora como ao longo de 68 anos temos feito", afirmou à Lusa António Costa, da comissão de trabalhadores.
O responsável referiu que neste momento os ENVC estão quase parados e que tem material de construção que "está a apodrecer", em consequência do cancelamento da encomenda de vários navios para a Marinha Portuguesa.
"Foi material pago pela administração dos estaleiros e gastámos nesse processo à volta de 18 milhões de euros", notou.
Embora reconhecendo que esta administração está a enfrentar "talvez o pior período da história" da empresa, António Costa deixou críticas aos sucessivos administradores dos ENVC, afirmando que "quando as pessoas são nomeadas deve ser para trabalhar e ter brio no que fazem".
Para o membro da comissão de trabalhadores dos ENVC, tem havido também "falta de vontade política do Governo e do Ministério das Finanças" para resolver os problemas.
"Se houver vontade política há disponibilidade de dinheiro, uma das dificuldades que temos neste momento é adquirir o aço para construir os navios [asfalteiros] para a Venezuela", disse.