O ministro das Finanças disse, esta quinta-feira, que 80% dos pensionistas do regime geral da Segurança Social e três milhões de famílias portuguesas estão excluídos do pagamento da sobretaxa extraordinária em sede de IRS.
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Este imposto, que terá de ser pago ao Fisco até 23 de Dezembro, será aplicado ao "rendimento colectável para efeitos de sobretaxa" e corresponde a 3,5% desse valor e equivale a 50% do subsídio de Natal.
Vítor Gaspar, que falava em conferência de imprensa no Ministério das Finanças, afirmou que a sobretaxa "incide apenas sobre a parte do rendimento colectável que excede o valor anual do salário mínimo por sujeito passivo" e "tem em conta o número de dependentes por agregado familiar".
O ministro explicou que, em consequência deste princípio, ficam excluídos do pagamento da sobretaxa "aproximadamente 80% dos pensionistas do regime geral da Segurança Social, correspondente a cerca de 1,4 milhões de pensionistas" e perto de 65% dos agregados familiares, "correspondente a cerca de três milhões das famílias portuguesas".
Quanto ao impacto da medida nos trabalhadores dependentes, Vítor Gaspar disse que cerca de 52% dos salários pagos em Portugal não serão abrangidos pela sobretaxa, uma vez que esta só se aplica a vencimentos superior ao salário mínimo nacional (485 euros).
Entre os cidadãos que pagarão a sobretaxa extraordinária, "cerca de 22% pagarão menos de 50 euros e cerca de 50% menos de 150 euros".
Os 10% dos cidadãos que auferem de rendimentos mais elevados "contribuirão para 60% do total da receita" que, segundo o ministro, deverá totalizar 1025 milhões de euros (840 milhões de euros em 2011 e 185 milhões de euros em 2012).
A sobretaxa incide sobre todos os tipos de rendimentos englobáveis em sede de IRS - trabalho dependente, rendimentos empresariais e profissionais, de capitais que sejam englobados em IRS, prediais, incrementos patrimoniais e pensões -, acrescido de alguns rendimentos sujeitos a taxas especiais.
O ministro das Finanças sublinhou que esta é uma medida "extraordinária" e que respeita o "princípio da equidade social na austeridade".