O Turismo do Porto e Norte de Portugal está a transferir verbas destinadas à promoção da região para pagar mensalmente 151 mil euros de salários a 83 funcionários.
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A situação foi admitida à Agência Lusa pelo presidente daquela entidade de Turismo, que representa 82 municípios da região Norte.
Melchior Moreira afirma que "ainda não se verificam" problemas no pagamento de salários, porque as verbas necessárias estão a ser desviadas de outras rubricas.
"A prioridade tem sido assegurar salários em detrimento daquilo que seria o objectivo principal desta entidade, ou seja, uma aposta forte na promoção", explicou o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), com sede em Viana do Castelo.
Acrescenta que a média do encargo mensal com salários, em 2011, é de 151.333 euros, o que representa 64% do orçamento total da TPNP para este ano, no valor de 5,3 milhões de euros.
"Efectivamente, até ao final do ano, os salários estão assegurados. Porém, é urgente uma mudança de atitude, já que, a manter-se esta situação, teremos problemas gravíssimos no próximo ano que, seguramente, gostaríamos fossem evitados", afirma Melchior Moreira.
O dirigente recorda que com a extinção das anteriores Regiões de Turismo, as respectivas responsabilidades foram assumidas pelo TPNP, "situação que, em alguns casos, criou sérias dificuldades, devido sobretudo à herança de situações complexas, nomeadamente pela enorme quantidade de funcionários afectos" às estruturas anteriores.
"A manter-se o actual modelo organizativo, surgirão indubitavelmente problemas de tesouraria, não só para pagar salários mas, também, para ir ao encontro da missão com que foram criadas estas estruturas, que é a promoção turística de qualidade e em escala", sublinha.
Acrescenta que "o actual modelo não responde às exigências do mercado e da concorrência, porque não existem suficientes meios financeiros para efectuar promoção interna e externa".
Melchior Moreira acrescenta que a TPNP está já a contactar os municípios onde estão instalados Postos de Turismo, para encontrar uma "solução" de "equilíbrio" que "permita diminuir os custos com funcionários".
"E, deste modo, cumprirmos os objectivos de uma missão para a qual não temos tido a desejada capacidade financeira", admite o responsável, assumindo-se como "acérrimo defensor de um novo modelo de organização e gestão" com medidas "de concertação, capazes de dirimir áreas-problema que afectam fortemente a estrutura" e a sua "eficiência".
Melchior Moreira disse ainda querer "acreditar que a dinâmica do actual modelo irá sofrer as desejadas alterações, permitindo dar mais notoriedade às cinco principais áreas regionais de turismo e maior capacidade de actuação em áreas consideradas fundamentais para a afirmação dos respectivos destinos turísticos".