Jorge Passos, porta-voz do movimento "Naturalmente, não às portagens na A28" ameaçou hoje, quinta-feira, endurecer a luta para convencer o Governo a manter a via em regime sem custos para o utilizador.
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“Vamos reunir com os movimentos das outras SCUT que o Governo quer portajar para, em conjunto, decidirmos novas formas de contestação endurecermos a luta”, disse Jorge Passos, citado pela Agência Lusa.
Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, anunciou hoje que as portagens nas SCUT vão estar efectivas e a cobrar a partir de um de Julho deste ano. O mesmo adiantou que as portagens nestas auto-estradas já estavam previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento e irão efectivar-se a paritr de Julho.
“Penso que este anúncio, poucos dias depois da nossa grande manifestação de protesto, revela não só menosprezo pelas populações, com também uma vontade de coagir os cidadãos a aceitarem de ânimo leve decisões que são, de todo, injustas”, sublinhou Jorge Passos.
Acrescentou ainda que a A28 “não cumpre nenhum dos três critérios” fixados pelo Governo para introduzir portagens.
Uma viagem pela EN13, única alternativa, demora “duas vezes e meia mais” do que pela A28, relembrou o porta-voz do movimento “naturalmente não às portagens na A28”.
O conjunto de constrangimentos da EN13, que impedem o trânsito de pesados “em grande parte dos troços” e que poderá mesmo ver o troço que atravessa a cidade da Póvoa de Varzim transformado em zona pedonal, foi outro argumento utilizado por Jorge Passos.
Os índices de poder de compra dos conselhos servidos pela A28 ficam abaixo dos “tectos” definidos pelo Governo para introduzir portagens, sublinhou.
“Não compreendemos esta forma cega de o Governo querer introduzir portagens, quando todos os critérios não são cumpridos. E isto quando bastava que fosse só um”, criticou por fim.