Bancos recusam soluções para "situações transitórias" numa altura em que juros superam máximos da década. BE agenda debate no Parlamento.
As prestações de mais 1,4 milhões de contratos de crédito à habitação existentes em Portugal já aumentaram perto de 30% este ano e podem sofrer um agravamento de quase 50% até abril do próximo ano se o Banco Central Europeu continuar a subir os juros. O Governo não incluiu apoios a estas famílias no pacote anunciado há uma semana, mas o Bloco de Esquerda e o PSD vão apresentar soluções no debate de 6 de outubro. A Associação Portuguesa de Bancos (APB) não quer mais moratórias e fala em problema "transitório".
Desde setembro passado, a prestação de um crédito à habitação indexado à Euribor a seis meses já subiu 29,6%. No caso da Euribor a 12 meses, a comparação tem de ser com agosto, visto que a média deste mês (continua a subir) ainda não está fechada, mas o aumento já é de 27,7%. O impacto no orçamento das famílias será maior quando a subida dos juros decretada pelo Banco Central Europeu (mais 0,75%, com promessas de mais aumentos a breve prazo) influenciar as taxas Euribor, que já estão em máximos de mais de uma década.