Músico atua a 27 de maio no JN North Festival. Autor de êxitos como "Fica", "Romance de cinema" e "Vai dar" congrega crítica e público.
Corpo do artigo
O músico gaiense Domingues protagonizou um showcase na redação do JN, na tarde desta quarta-feira, servindo como antecâmara do concerto de dia 27 no JN North Festival. Domingues ficou conhecido por temas como "Fica" ou "Romance de cinema", onde somou milhões de reproduções nas plataformas digitais que já lhe valeram discos de ouro, dupla e quádrupla platina.
Como se descreve?
Sou um rapaz extrovertido, sempre pronto para brincar com situações tristes. E tento ser cada vez melhor na música, ter uma identidade, um estilo diferente. Não sei ao certo qual é o meu género musical, mas tento não me fechar em rótulos.
O que gosta de ouvir?
Um bocado de hip-hop, trap, drill e também cenas mais tranquilas: r&b e soul.
Algo muito distante do seu passado como estudante de violino.
Sim. Fiz cinco anos de violino no Conservatório de Vila Nova de Gaia em regime articulado. Mas o meu interesse pelo violino era pouco e comecei a tocar guitarra nas escadas do Conservatório.
Como reagiram os professores?
Um dia, a professora de Formação Musical disse-me: "Tu tens boa voz, devias aproveitar isso". Mas eu pensei que apenas dissesse isso para me aplicar mais nas aulas. Depois achei que talvez tivesse razão. Vou até onde o vento me levar.
Provou logo o êxito à primeira?
Quando pus numa rede social a "Insubstituível", não parava de receber notificações, foi top, nunca pensei que isso fosse possível. Sempre tive os cantores e os músicos num patamar superior; sempre pensei, "Isto não é para mim". Mas, de repente, tive um hit.
E não foi o único.
"Fica" tem neste momento 12 milhões no Spotify e 11 milhões no YouTube. "Romance de cinema" tem sete milhões no Spotify e sete milhões no YouTube.
Além de Portugal, de onde o ouvem?
O segundo país onde tenho mais gente a ouvir a minha música é a Suíça. Adorava fazer uma tour pela Suíça, Luxemburgo, sítios com uma grande comunidade portuguesa, e também nos PALOP. Fora de Portugal Continental ainda só estive nos Açores.
E a ideia de gravar um álbum de forma tradicional pode acontecer?
Estou com algumas ideias e projetos, talvez lance um álbum, mas para já estou confortável com o lançamento dos singles.
O que o inspira para criar?
Gosto de compor entre as quatro e as seis da manhã. Aquela hora em que estou no limbo, quase a adormecer. Vou para a varanda com a guitarra, vejo as luzinhas das Antas até Gaia e sinto que é o momento.
Ter 20 anos dá muita margem temporal?
Sim, ainda é muito cedo. Mas tenho de correr igual ou mais do que os outros. Às vezes o meio desvaloriza porque somos novos.
Online teve muito êxito, mas como tem sido ao vivo?
Tinha noção do apoio online através dos números, mas quando vou tocar e vejo 15 mil pessoas a cantar a minha música é um mundo à parte. A quantidade de pessoas e a energia são de arrepiar. Quanto estou num concerto pequeno tento focar as pessoas nos olhos, uma por uma. Ouvir aquelas vozes todas é inexplicável.
Gosta de dar concertos?
Nunca tinha visto um concerto e nunca o fiz até dar os meus primeiros dez. Agora começo a ver, até porque tenho amigos músicos e começo a ter essa perspetiva.
O concerto no JN North Festival vai ser um marco importante?
Sim, estou muito contente.
Ao vivo no JN
Acompanhado pela sua banda, Domingues tocou "Fica" e Romance de cinema" no seu showcase em direto da redação do "Jornal de Notícias", na tarde desta quarta-feira.
O músico atua no JN North Festival a 27 de maio, segundo dia do evento. Este será o mesmo dia em que se apresentam ao público Throes + The Shine, T-Rex, Cassete Pirata, Capicua, Tricky e Don Diablo.