Das ruínas da antiga Cerâmica das Devesas, nascerá um projeto com um custo estimado de oito milhões de euros.
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O Gaia Museu Ambiente vai nascer a partir da conversão das ruínas da antiga fábrica da Cerâmica das Devesas numa topografia de plataformas desniveladas. A infraestrutura possibilitará a criação de um imenso espaço público, com mais de 13.500 metros quadrados, onde ficará instalado um espaço sobre alterações climáticas, cuja inauguração poderá acontecer em 2024. Paralelamente à criação do museu, será criado o Parque Urbano das Devesas.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, pressupõe que a construção decorra em cerca de dois anos e que a "estimativa preliminar" de investimento seja "na ordem dos oito milhões de euros, para o museu e para a área envolvente".
O concurso para o projeto do museu foi ganho pelo arquiteto Pedro Lagrifa Carvalhais de Oliveira, professor auxiliar convidado da Universidade de Évora. Na descrição, lê-se que o objetivo é "reabilitar pontos estratégicos no centro, com valor patrimonial, paisagístico, arquitetónico e cultural", bem como "criar um novo polo histórico e de atração turística", preservando "as características e a memória do local e abrindo-lhe as portas para a cidade". O autor conseguiu recriar uma paisagem análoga aos terraços e varandas que dominaram secularmente as margens do Douro.
Edifício promove a ecoeficiência e a sustentabilidade
O edifício proposto promove a ecoeficiência, o aproveitamento energético, a racionalização de consumos para a sustentabilidade ambiental e financeira, de forma que exista uma utilização racional de todo o equipamento.
Com a edificação do museu totalmente encaixada na encosta, as três grandes salas de exposição do museu desenvolvem-se à cota do Terreiro das Devesas, ou seja, a grande entrada do museu, voltada para o pátio do forno francês e para o implúvio do topo sul do edifício. No exterior, um parque surge à superfície como paisagem aberta ao público, onde se descobrem os lugares e ecologias que o compõem - bosque, charneca, ecologias da água e ruína. O espaço será ainda dotado de uma loja/livraria e de cafetaria e restaurante.
Peças singulares preservam a memória industrial
Em torno das peças singulares existentes no local (forno francês, forno refratário e chaminé poente), está prevista a construção de pátios de contemplação, como se de memoriais se tratassem. Assim, no topo sul da cafetaria surgirá o pátio do forno refratário e na chaminé poente está previsto um espaço para a exposição dos antigos painéis de azulejos da Fábrica das Devesas.
No parque, todo em saibro, e com vista dominante sobre a cidade do Porto, será plantado um fresco bosque de carvalhos alvarinhos, condição permitida pela disponibilidade e generosidade do solo.