Projeto educativo Escola Ciência Viva funciona no Parque Biológico com alunos do 4.º ano das escolas básicas de Vila Nova de Gaia.
Corpo do artigo
"Eu achava que queria ser cabeleireira quando fosse grande, mas, depois desta semana, acho que quero ser cientista. Fiquei com vontade de descobrir coisas novas, nunca vistas", contou Rita Coutinho, de 9 anos, enquanto frequentava uma semana na Escola Ciência Viva de Vila Nova de Gaia.
Esta resposta e outras tão parecidas são o grande objetivo deste projeto educativo, que surgiu através da parceria entre a Agência Nacional Ciência Viva e a Câmara Municipal de Gaia, a funcionar no Parque Biológico, em Avintes. Este projeto tem como base o modelo educativo STREAM, focado em seis disciplinas fundamentais: Ciência, Tecnologia, Robótica, Engenharia, Artes e Matemática.
O projeto começou a ser pensado em 2018. "A sua implementação contou com o apoio da Agência Nacional Ciência Viva. A Autarquia realizou as obras necessárias para se avançar em 2019", explica o arquiteto Francisco Saraiva, responsável pela iniciativa. Os destinatários são os alunos do 4.º ano das escolas básicas de Vila Nova de Gaia.
A ideia da ciência como "um mundo" a descobrir, mostrando as suas inúmeras áreas, é a grande aposta do projeto, que leva os alunos a descobrir e a pensar o mundo de uma outra forma. Os responsáveis pelo projeto acreditam que "estas seis disciplinas [Ciência, Tecnologia, Robótica, Engenharia, Artes e Matemática] dotam os alunos de competências essenciais para o futuro".
O programa educativo integra o currículo escolar de educação formal num ambiente de aprendizagem baseado nas Ciências Experimentais.
Experiência inesquecível
O último dia da semana é, habitualmente, muito emotivo, com os alunos a deixaram frases marcantes para toda a equipa, garantindo que nunca mais vão esquecer a experiência. Prova disso mesmo são o Rodrigo Encarnação e o Afonso Cadinha, que ainda estavam no segundo dia da semana, mas já diziam ser uma "experiência espetacular". Rodrigo confessou que gostou muito do laboratório: "Foi muito giro, vi e mexi em coisas que nunca tinha imaginado e pude fazer tarefas muito diferentes das que faço na escola".
Para Afonso, a possibilidade de manusear um microscópio e ver alguns micróbios foi o ponto alto. "Não sabia até onde era possível ver e até houve um micróbio que o vi tão grande que pensei que seria possível ver a olho nu". Rita Coutinho, que já conhecia alguns instrumentos de um laboratório, ficou fascinada com a forma "como algumas coisas de que falamos na escola, aqui [Escola Ciência Viva] parecem tão diferentes".
Para os professores que acompanham os alunos, esta experiência também é muito positiva. Dinis Correia, professor da Escola Básica Manuel António Pina, revelou ser uma semana inovadora. "Os meus alunos chegam com parte do saber, mas aqui é-lhes permitida uma pesquisa mais profunda, que pode lançá-los na descoberta do saber".