O Évora Hotel abriu portas em 1992, e desde então tem procurado manter-se relevante na hora de os clientes escolherem onde pernoitar na cidade. A par das sucessivas melhorias no serviço e nos equipamentos, orgulha-se de poder contar com uma equipa essencialmente local, e uma abordagem sustentável a toda a operação.
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Maria Antónia Martins recorre ao seu baú das memórias enquanto conversa com a equipa da Evasões, sentada no átrio do Évora Hotel, numa pausa entre as tarefas da cozinha. “No dia em que entrei aqui, a 11 de fevereiro de 1992, isto não tinha nada, ainda andavam a limpar o chão [depois das obras]. Assustei-me com uma coisa tão grande, mas depressa me acostumei. Na altura, já casada e com filhos, queria era trabalhar”, conta a cozinheira de 58 anos - mais de metade deles dedicados à cozinha alentejana deste hotel de quatro estrelas aberto há 33 anos.
O hotel, fundado por José Espanhol, José Diogo Castelos, Gabriel e Amor Fialho (os irmãos fundadores do aclamado restaurante Fialho), José Manuel Quito e Fernando Marques, viria a garantir a Antónia uma oportunidade de trabalho mais estável, depois de ter passado por lares, fábricas e dois restaurantes. A primeira função da eborense, que mantém raízes familiares em Alcáçovas, Ferreira do Alentejo, foi ajudar na copa, posto que ocupou durante 13 anos, tinha então 25, quando começou. Desde então, chefia ela a equipa de cozinha com sete pessoas.
“Os irmãos Gabriel e Amor Fialho eram pessoas conhecidas no meio da restauração, por isso as pessoas associaram-nos ao restaurante” do hotel desde cedo, acrescenta. Não sem razão, já que dos seis sócios eram os únicos com experiência no ramo da hospitalidade. Daí que o Sol Poente tenha sido sempre o principal restaurante do Évora Hotel, focado nas especialidades do Alentejo. Antónia não sabe o número de cor, mas fala em cerca de “50, 60” receitas diferentes, que vão alternando no buffet (saladas, entradas, principais e sobremesas), com bebidas pagas à parte.
Na ampla sala, renovada há nove anos com paredes decoradas com tachos de cobre e loiças de porcelana da Vista Alegre e Bordalo Pinheiro, têm assento até 350 comensais. A acústica, ainda assim, mantém-se serena, enquanto os hóspedes e muitos clientes externos desfrutam de pratos como carne de porco à alentejana, sopa de beldroegas, cação de coentrada e ainda lombos de porco com migas de espargos verdes, entre tantos outros sabores típicos. Já a doceira Susete Carvalho faz, por exemplo, encharcada, sericaia, arroz doce e pão de rala.
Muito cobiçada é também a sopa dourada, um doce à base de ovos e pão, aqui, com receita da chef pasteleira. Qualquer pessoa pode comprá-la no átrio em frente à receção do hotel, que expõe também peças de artesanato local (presépios, chocalhos, cerâmicas utilitárias) e vinhos. A produção oriunda de 14 adegas alentejanas dispõe, no entanto, de uma loja autónoma, com rótulos da Quinta do Quetzal, Monte da Cal, Esporão e Cartuxa, entre outros. O pagamento das garrafas pode ser feito na receção. Em frente, encontra-se por sua vez o espaço NaturaLiving.
Este restaurante nasceu poucos anos depois de o hotel abrir, para dar resposta ao que os seus responsáveis entendiam ser “uma lacuna”: a oferta de opções vegetarianas, para quem não as dispensa mesmo no Alentejo. O menu inclui refeições completas e “de fácil digestão”, a pensar em quem pratica exercício físico, com opções como trouxas de couve lombarda e seitan; sopa fria de laranja, cenoura e gengibre, hambúrguer de legumes e especiarias; ou até francesinhas vegetarianas, e está disponível de segunda a sexta ao almoço. Ali também fica o bar do hotel.
Atividades para todo o ano
Aberto há três décadas, mas recusando-se a ficar parado no tempo, o Évora Hotel recebe tanto os hóspedes como a comunidade local com uma série de atividades e equipamentos. Um deles é o Every.Body Health & Fitness, ginásio equipado com máquinas Technogym, salas para aulas de ioga e pilates e acompanhamento com personal trainer, a pedido. Os hóspedes podem usar o espaço diariamente, através da compra de um voucher, e os eborenses mediante a respetiva mensalidade. Na zona industrial da cidade existe um espaço irmão, com o Naturalliving Évora.
Dentro da propriedade de 12 hectares, preenchidos, sobretudo, por sobreiros, é possível fazer passeios a cavalo de 45 minutos com uma empresa parceira do hotel; assim como usufruir de um voo de balão de ar quente com descolagem a partir do hotel (com a Baloníssimo, mediante reserva antecipada). Ao seu dispor, os casais e famílias encontram também um driving range para treinar tacadas de golfe (podendo alugar tacos e bolas na receção); trilhos de 500 a 1950 metros para percorrer a pé ou em bicicleta (alugáveis); campo de ténis; snooker; e biblioteca.
Algumas destas atividades estão incluídas no programa “Primavera em Família”, disponível em estadas de uma a cinco noites em quarto duplo com pequeno-almoço, oferta do alojamento da criança até 12 anos, oferta de entrada no Monte Selvagem (por cada adulto pagante) e usufruto das piscinas exterior e interior aquecida e da sauna, banho turco e jacuzzi. No wellness center do Évora Hotel há vários tratamentos de estética e massagens, que podem ser até no exterior. No verão, também se realizam na piscina sessões de cinema ao ar livre, com direito a pipocas.
Para acomodar os hóspedes, o Évora Hotel dispõe de 170 quartos com vista para a planície da propriedade, para o jardim ou para a piscina exterior, de categorias twin e duplo (com cama de casal), com cama de casal king size, e suítes (estas, com sala de estar, duas varandas, entre outras comodidades). Todos os quartos dispõem de varanda privativa e estão equipados com ar condicionado, televisão, acesso à internet, minibar, cofre e secador de cabelo. A decoração, minimalista, exalta as paisagens do Alentejo através de quadros na parede, em tons naturais.
Évora Hotel
Avenida Túlio Espanca, Évora
Tel.: 266 748 800
Web: evorahotel.pt
Quarto duplo a partir de 119 euros/noite, com pequeno-almoço.