NORCHA® AR Discover Douro Valley 2025 Triunfo dinamarquês na estreia em Portugal
Destemidos, determinados e fortes, adjetivos que caracterizam o quarteto nórdico vencedor, este domingo, da prova de aventura que percorreu, non-stop, durante quatro dias, 500 duros quilómetros na região do Douro.
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10 minutos separaram na meta a equipa vencedora, Team Aaros, dos principais adversários, uma formação espanhola quase sempre a competir na segunda posição. "Os vencedores foram os que demonstraram maior capacidade física e mental para aguentar o desafio permanente destes quilómetros", referiu a organização portuguesa que integra o circuito mundial de provas de aventura.
À entrada da derradeira fase, os espanhóis com uma hora de atraso focaram-se na meta e conseguiram baixar significativamente a diferença para os dinamarqueses, ainda assim concluíram com 10 minutos de atraso.
Os quatro elementos do Team Aaros, dois homens e duas mulheres cuja média de idades não chega aos 27 anos, competiram juntos em Portugal pela primeira vez. "Não viemos para obter resultados, viemos de férias para divertir-nos. Fizemos o nosso próprio ritmo e quando chegámos à última etapa e soubemos que poderíamos ganhar, decidimos enfrentar a competição com outro espírito", contou Anders Vang, o capitão de equipa de 29 anos.
Final emocionante
Munidos apenas de mapas e bussolas, uma vez que as ajudas eletrónicas como gps estavam proibidos, os atletas embrenharam-se no coração duriense e tiveram de ultrapassar os mais diferentes obstáculos naturais recorrendo apenas à corrida ou caminhada, à bicicleta de montanha e ao caiaque. As cordas foram também ajuda preciosa para escalar escarpas e encurtar caminho. Cada etapa era uma nova sensação de descoberta porque a organização apenas revelava os pontos dos trajetos dia-a-dia.
O avistamento, ao longe, do imponente Santuário de Nossa Senhora do Remédios, em Lamego indicava aos concorrentes que a expedição estava a chegar ao fim. Guilherme Gonçalves, da equipa de média e logística, descreve uma "descida emocionante" depois das equipas abandonarem o último controlo porque apenas era preciso levar a bicicleta até ao pórtico da meta, já no centro da cidade.
As equipas mais adiantadas partiram de São João da Pesqueira rumo a Sendim. Os dinamarqueses com a vitória em perspetiva assumiram um ritmo forte e a previsão da hora de chegada até foi antecipada para o final da tarde.
"Senti a emoção dos atletas", contou Guilherme Gonçalves ao descrever o final do NORCHA® AR Discover Douro Valley 2025. Anders Vang confirmou-o. "Foi desgastante e, no fim, já muito cansados tivemos de subir a última escada até ao Santuário, mas foi bom olhar lá de cima para a meta. Quase chorávamos quando nos aproximámos do pórtico. Foi incrível chegar e cruzar a linha final depois de tanto esforço".
Os aplausos fizeram-se escutar na chegada junto ao museu, no fundo da principal artéria de Lamego. Afinal eram os dinamarqueses aventureiros que melhor aguentaram os 500 quilómetros no vale do Douro que estavam a chegar.
Prova de auto-suficiência para os atletas, o NORCHA® AR Discover Douro Valley 2025 obrigou a grande e apurada organização. Cerca de 50 elementos dispersaram-se pela central de operações, logística no terreno e direção geral
Apuramento de resultados
Terminada a prova, e enquanto ainda se recolhiam todos os elementos logísticos dispersos no terreno, a organização passou ao complicado processo de apuramento de resultados porque a competição é uma sequência e soma de passagens nos controlos ao longo do percurso. "É essencial chegar à meta", explica a organização, mas "houve equipas que não conseguiram completar a totalidade dos 500 quilómetros e é preciso determinar quantas passagens têm nos pontos de controlo". Guilherme dá o exemplo das equipas mais atrasadas que receberam instruções para seguirem diretamente de São João da Pesqueira para Lamego. "Se no percurso de BTT conseguissem passar por algum ponto de controlo poderiam ter benefício na classificação. Foi preciso fazer essa verificação".
Férias ganhadoras em Portugal
Dinamarqueses habituados ao clima austero da Escandinávia, os vencedores encontraram na temperatura portuguesa o principal obstáculo. "O mais difícil foi o calor porque é totalmente diferente da Dinamarca. Lá é frio e a humidade muito diferente. A temperatura atrapalhou-nos muito", comentou o capitão da equipa acrescentando que ele e os companheiros ficaram deslumbrados com as paisagens sempre que subiam a uma montanha e tinham possibilidade de observar tudo em redor. "Nunca tínhamos estado em Portugal. Ouvimos dizer que seria um evento incrível e nós também queríamos descobrir a natureza aqui porque é tão diferente do que estamos acostumados. Quisemos experimentar a natureza e a cultura e não estamos dececionados. Ficamos maravilhados. Foi bom ter tirado estes dias de férias para vir a Portugal", disse a sorrir Anders Vang.